Nos dias 16, 17, 22 e 23 de abril, a plataforma de criação Cabaré das Divinas Tetas estreia a montagem “Ladeira a Bausch”, com direção da artista carioca Christina Streva. No primeiro final de semana da temporada, as apresentações acontecem sábado e domingo, às 19h, no Espaço Comum Luiz Estrela, e na sexta e sábado seguinte, às 21h, na Casa Circo Gamarra, em Belo Horizonte. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na internet, via Sympla, ou presencialmente, 1 hora antes de cada espetáculo.
Como a diretora vive no Rio de Janeiro e grande parte do elenco em BH, o espetáculo teve um processo de criação híbrida, inicialmente online e depois em sala de ensaio presencial, com encontros no Rio, na sede do Cabaré Incoerente (grupo dirigido por Streva), e em BH, na Casa Circo Gamarra (ocupação e espaço cultural que já recebeu diversas apresentações das Divinas Tetas), e no Espaço Comum Luiz Estrela, antigo parceiro do Cabaré. Em cena, estão Adriana Morales, Dagmar Bedê, Eli Nunes, Idylla Silmarovi, Rafael Bacelar e Will Soares.
Durante uma semana de residência artística na capital carioca, as artistas experimentaram, através de diferentes exercícios, improvisações e trocas, ser “um coletivo-corpo-som-sonoro imaginando o futuro além, arregaçando a possibilidade por trás do muro e elevando os alcances das muitas verdades sem ter que dar murro, mas chutando a porteira”, nas palavras de um manifesto criado nos ensaios.
Assim, o novo espetáculo parte deste manifesto para expressar uma voz coletiva. Um único corpo formado por muitas artistas, numa narrativa que é descrita pelas criadoras como desfragmentada, experimental, contemporânea, caótica e pós-apocalíptica. Após um período no qual a tela mediou grande parte das criações, o grupo voltou a mergulhar na tradição dos cabarés e encontrou a imagem do famoso gato preto “Le Chat Noir”, chegando à primeira visão do espetáculo: o gato imigrante sulamericano pós-apocalíptico.
O principal desejo do Cabaré das Divinas Tetas, depois de uma pandemia que tornou por muito tempo perigoso reunir muitas pessoas num espaço fechado, foi poder voltar a ser em grupo. Ao contrário do espetáculo anterior da coletiva, no qual o formato de variedades era costurado por uma mestre de cerimônias e cada número tinha uma narrativa particular e individual, no novo trabalho toda a dramaturgia e encenação se constroem coletivamente.
A proposta das artistas do Cabaré não é apresentar apenas uma obra teatral e circense. O trabalho é um acontecimento junto ao público, em que o jogo do ao vivo é o próprio espetáculo. Assim como na palhaçaria, a resposta do público é um presente; o silêncio, um estímulo; o riso, um motor. É assim que a tradição dos cabarés se apresenta: subversiva, transgressora, debochada e grotesca. E é ela quem traz uma rachadura nos brutos tempos atuais: tristes, violentos, marcados pelo horror.
Serviço
Cabaré das Divinas Tetas em “Ladeira a Bausch”
Data: 16 e 17 de abril (sábado e domingo)
Horário: 19h
Local: Espaço Comum Luiz Estrela. R. Manaus, 348 - Santa Efigênia, Belo Horizonte
Lotação: 70 pessoas
Bate-Papo sobre o processo criativo de “Cabaré das Divinas Tetas em Ladeira a Bausch”
Data: 16 de abril (sábado)
Local: Espaço Comum Luiz Estrela. R. Manaus, 348 - Santa Efigênia, Belo Horizonte
Horário: Após o espetáculo
Data: 22 e 23 de abril (sexta e sábado)
Horário: 21h
Local: Casa Circo Gamarra. R. Conselheiro Rocha, 1513 - Santa Tereza, Belo Horizonte
No dia 23/04 o espetáculo contará com tradução em libras
Lotação: 90 pessoas