O Esquyna Espaço Coletivo Teatral, sede compartilhada dos grupos Teatro Invertido e Mayombe, recebe nos dias 02, 03 e 04 de maio, de sexta a domingo, o espetáculo Caixa Preta do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados. Apresentações na sexta e sábado, às 20h e, no domingo, às 19h.
Caixa Preta
O segredo, o sagrado, o que ainda não tem nome, ações internas, possibilidades descobertas, com tampa ou sem tampa, imagens a serem desvendadas em um mundo a ser decodificado, inconsciente, fotografia, tarja preta, espaço vazio.
O que é teatro, o que é loucura, o que é real, o que é escuro, o que é claro... a cena nesta criação do Sapos e Afogados é um objeto, uma situação a se atravessar, um som, uma metáfora delirantes sobre o que é fazer teatro e o que acontece neste espaço em que se atravessa, caixa cênica, o mundo de um ator. Um teatro transtornado, de personagens que só precisam de seus corpos para fazerem sentidos na trama que, em si, nem existe.
Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados
Projeto pioneiro, que une arte e inclusão social, o grupo surgiu das oficinas de teatro ministradas pela atriz Juliana Barreto com usuários da rede pública de Saúde Mental de Belo Horizonte. Afinada à luta antimanicomial, a iniciativa teve como polo de criação os centros de convivência da cidade, onde nasceu a então Companhia Momentânea de Teatro, formada por 12 usuários que desejavam ir além das oficias e tornar-se atores “de verdade”.
Após desvincular-se da rede pública de Saúde Mental, este grupo se transforma no Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados e busca saltos mais ousados, que pudessem mostrar todo o potencial dos “atores loucos”.
Trata-se de uma montagem à partir de recortes de memória da atriz Sílvia Maria, traduzido em italiano pela atriz convidada Renata Corrêa. A peça antecedeu o mais novo trabalho cênico do Sapos e Afogados: o espetáculo de rua Frog Sound – Isso não é um sorvete. Apoiada pela Easy Ice, a peça usa as delícias do sorvete para aprofundar os paradoxos do amor surrealista, do contraste entre o real e o imaginário, o sólido e o líquido, o normal e o louco.
Atualmente, o Sapos e Afogados conta com o apoio do Galpão Cine Horto, do Grupo Galpão, onde são realizados os ensaios e encontros.
O Esquyna foi criado com o objetivo de ser um espaço de referência para a cultura e o lazer da comunidade da região leste, em especial os moradores do bairro Sagrada Família. O espaço existe a quase quatros anos e oferece uma programação constante de espetáculos e atividades de formação.
Entre os meses de maio e julho, o espaço receberá cinco espetáculos, são eles:
Caixa Preta do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados;
[gaveta] solo com a atriz Camila Morena da Luz;
Silet solo com o ator-bailarino Gui Augusto do Litura Coletivo de Criação;
Fuga solo com a atriz-bailarina Carla Normagna do Litura Coletivo de Criação;
O Pelicano com a Companhia de Teatro.
Os ingressos custam R$10.