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Espetáculo 'Pá de Cal (Ray-lux)' aborda a terceirização das relações familiares

Centro Cultural Banco do Brasil

Espetáculo 'Pá de Cal (Ray-lux)' aborda a terceirização das relações familiares

Evento encerrado

Valor entrada

  • 30 Inteira
  • 15 Meia

Data

26/10/21 até 15/11/21

Seg, Sex, Sab, Dom | 22:00 - 23:10


Créditos da imagem: Paula Kossatz
A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel
A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel

O espetáculo “Pá de Cal (Ray-lux)”, com dramaturgia inédita do premiado autor Jô Bilac, direção de Paulo Verlings e os atores Carolina Pismel, Isaac Bernat, Orlando Caldeira, Pedro Henrique França e Kênia Bárbara no elenco, faz temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte até 15 de novembro, sempre de sexta a segunda, às 20h. A trama gira em torno da morte do membro mais jovem de uma família e de como serão terceirizadas as responsabilidades nas decisões seguintes ao trágico acontecimento. A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel.

A produção parte do suicídio de um personagem central, ou seja, ele está ausente. O mesmo acontece com suas irmãs que mandam representantes para a reunião “familiar” na qual irá se definir o destino do pai dessa família e também o destino da mãe do morto (uma antiga empregada), que também manda seu representante. O morto também é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras. Além de uma morte traumática, a peça lida com a terceirização de responsabilidades e de como essas representatividades interferem na boa condução das questões. Toda a ação se desenrola na casa onde mora o patriarca, local que é foco de uma disputa pela posse, revelando interesses divergentes entre as partes. Conflitos inesperados emergem a partir desse encontro. Com o passar do tempo, as relações entre pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.

Por conta da temática representatividades, Jô Bilac desenvolveu uma cena na qual os personagens realizam uma Constelação Familiar. “A ideia surgiu intuitivamente, ouvia falar, minha mãe havia feito “Constelação familiar” e a forma que descrevia a situação se co-relacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da “representatividade”. Ali, na Constelação familiar, é uma experiência singular, não é teatro, mas existe lugares de representação, contracenação, atmosfera, tem um “gira” que acontece ali que é muito próxima da “gira” que o teatro evoca”, comenta Jô Bilac.

Quanto à linguagem interpretativa, o encenador Paulo Verlings, juntamente com seus atores, se concentram em explorar performances naturalistas, porém não realistas, com fisicalidade intensa, para que desloquem o espectador, através de uma relação estética cotidiana de ação, para o universo dos vínculos catárticos em que se baseiam as relações familiares ali abordadas. Para a escalação do elenco a Cia Teatro Independente, que em 2021 completa 15 anos de existência, pensou em arquétipos bem distintos para formar um elenco brasileiro, com muitas diversidades, personagens reais, pessoas críveis. “Colocamos em cena o retrato real da miscigenação do Brasil”, comenta Verlings.

Ao comentar a direção, Verlings diz que “cada processo é único. Os espetáculos tomam seus espaços naturalmente na minha mente e o processo criativo se dá de forma muito natural e intensa. Em “Alguém acaba de morrer lá fora”, também do Jô Bilac, minha primeira direção, já era uma dramaturgia que me interessava explorar esteticamente. Já “ELA”, com dramaturgia de Marcia Zanelatto, é um argumento idealizado por mim, por conta do meu interesse sobre a síndrome de mesmo nome. Em “Pá de Cal”, eu também idealizei o argumento e o Jô Bilac comprou a ideia, transcendeu e construiu uma dramaturgia potente, ágil e intrigante.”

Serviço
“Pá de Cal (Ray-lux)”
Não recomendado para menores de 14 anos. Duração: 70 minutos
Datas e horários: até 15 de novembro, sexta a segunda, às 20h
Local: Presencial - Teatro I – CCBB BH - Praça da Liberdade, 450 - Funcionários
Ingressos: À venda no site do CCBB: bb.com.br/cultura
R$ 30,00 (inteira) - R$ 15,00 (clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).


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