Skate invade as pistas e ruas de BH
Apaixonados pelas manobras radicais, crianças aproveitam espaços da cidade
Crianças gostam de reunir amigos, brincar e se divertir, mas também adoram ser desafiadas. Prova disso é a grande quantidade de pequenos que se reúnem nas pistas de Belo Horizonte, andando de skate e buscando a superação a cada manobra radical. Aos gritos, eles se revezam no espaço da pista e na atenção de quem está assistindo ao show de manobras. Um por vez, eles praticam, tentam e, às vezes, deixam os adultos boquiabertos.
O esporte, há tempos, deixou de ser apenas um passatempo e hoje é uma modalidade profissional. Os meninos e meninas começam cedo, com cinco, seis anos e sonham com uma carreira. “Quero ser profissional, viajar, viver do skate”, revela João Suísso (o Suissinho) de apenas oito anos. O carioca, que esteve em Belo Horizonte para competir, treina skate desde os cinco e revela que o que mais curte é a vantagem de reencontrar os amigos, todas as vezes que viaja para competir. “Nos encontramos em vários locais diferentes do Brasil durante as provas, isso é o mais legal na minha opinião”, diz.
De BH, o skatista mirim João Lucca, 13, se aventura nas pistas e campeonatos da cidade há três anos. Ele ganhou da avó o skate e a possibilidade de conhecer um esporte pelo qual se apaixonou, além de fazer muitas amizades. “O legal do esporte é poder torcer pelos nossos amigos e aprender junto. Quando a gente realiza uma manobra legal, torce para nosso amigo conseguir realizar também”, conta.
Para Maurício Massote, presidente da Federação Estadual de Skate de Minas Gerais e professor da Blunt Skatepark, o skate conquista cada vez mais a criançada, em primeiro lugar, pela possibilidade de profissionalização. Depois, porque tem a vantagem de poder ser aprendido e praticado em qualquer lugar. “A criança pega o skate e vai andar em uma praça, rua, passeio ou até mesmo uma pista. Lá, ela pode estar sozinha ou se encontrar com os amigos, mas não precisa necessariamente de um grupo para praticar”, explica Massote.
A tradição do skate, passada de pai para filho, também pode ser um fator que faz com que o esporte seja tão popular. Cayo Oya, de 11 anos, aprendeu as primeiras manobras com o pai quando ainda tinha três anos de idade. Embora pratique futebol e natação, o rapazinho não abre mão de curtir as pistas do Parque das Mangabeiras e o Half Pipe, de Contagem, ao lado do pai. Ele quer ser um profissional no esporte e conta que já aprendeu a manobra “flip”, agora sonha com outras ainda mais radicais: “no momento estou aprendendo a fazer o hard flip”, revela.
Skate em BH
Na capital mineira, vários grupos de skatistas se encontram para praticar e compartilhar ensinamentos. É o que acontece na Praça Sete, lugar perfeito para treinar a prática do “solo”. A pista do Anchieta, que foi reformada recentemente, e a pista do Guarani, também são boas, principalmente para quem está aprendendo. Já a do Parque das Mangabeiras é especial, já que alia uma tarde de esportes, família, amigos e lazer.