Espaço que servia à família dos governadores mantém o equipamento de 1948, uma relíquia da era do cinema clássico
Sala guarda projetores de 1948 fabricados em Chicago e adquiridos por Juscelino Kubitschek
Quem entra no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, tem a oportunidade de conhecer uma das muitas joias do patrimônio histórico da capital mineira: uma sala de cinema dos anos 1940 que permanece preservada. O espaço, que pode ser visitado gratuitamente, foi construído durante o governo de Benedito Valadares e adaptado para uso da família e dos convidados dos governadores, em uma época em que o palácio servia também como residência oficial.
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Com capacidade para 25 pessoas, o ambiente mantém as poltronas originais em estilo modernista — algumas, inclusive, ainda com cinzeiros embutidos. Também guarda um par de projetores adquiridos por Juscelino Kubitschek, do modelo Peerless Magnarc, fabricado em 1948 e importado de Chicago, nos Estados Unidos. O sistema utiliza filmes de rolo e varetas de carvão, que precisavam ser queimadas para que a projeção funcionasse.
Diferente dos sistemas modernos com lâmpadas elétricas, o projetor funciona a partir de um arco elétrico formado entre hastes de carvão, um processo que exigia habilidade e atenção constante do operador. A luz intensa produzida por esse método era ideal para projeções em grandes salas, e o sistema foi amplamente usado até a década de 1970, quando começou a ser substituído por lâmpadas xenon.
O Palácio da Liberdade sedia visitas e atividades culturais, além de eventos institucionais. O interior do prédio pode ser visitado de quarta a sexta, das 12h às 17h; aos sábados e domingos, das 10h às 16h30; e nos feriados de quarta a domingo, das 10h às 16h30.
Já os jardins recebem o público de quarta a sexta, das 12h às 18h; aos sábados e domingos, das 10h às 18h; e nos feriados de quarta a domingo, das 10h às 18h.