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Cine Santa Tereza completa 7 anos como um espaço de difusão audiovisual gratuito

Desde a reinauguração, o Cine já recebeu cerca de 50 mil pessoas em mais de 2.200 sessões gratuitas



Créditos da imagem: Ricardo Laf
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Cine Santa Tereza completa 7 anos com mostras e homenagem ao Clube da Esquina
Thiago Alves
03/04/23 às 09:33
Atualizado em 03/04/23 às 09:33

Um dos mais tradicionais cinemas de ruas de Belo Horizonte, o Cine Santa Tereza completa 7 anos desde a reabertura em 26 de abril de 2016. Para celebrar a data, o Cine promove, durante todo o mês de abril, a “Nossa Mostra”, com filmes de estilos e narrativas variadas, selecionados pelo público do cinema. Também acontece uma edição especial do projeto Circuito Cine Santê, com homenagem ao cineasta Geraldo Veloso (1944-2018) e debate em torno do tema “Memória e Preservação”. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na plataforma Sympla. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões.

Nossa Mostra

Os filmes que serão exibidos durante todo o mês de abril na “Nossa Mostra” foram sugeridos pelo público frequentador do Cine Santa Tereza. Ao todo, o cinema recebeu mais de 200 sugestões. Uma das obras de destaque da mostra é o mineiro “Marte Um” (2022, classificação 16 anos) de Gabriel Martins, ganhador de inúmeros prêmios nacionais e internacionais e indicado pelo Brasil, em 2022, para concorrer a uma vaga ao Oscar. O filme foi o recordista de pedidos do público para exibição na “Nossa Mostra”. 

Outro filme muito solicitado pelo público é “Cinema Paradiso” (1988, classificação 12 anos), de Giuseppe Tornatore, uma das mais tocantes homenagens à sétima arte. Para Tomás Correa, de 21 anos, “Esse filme, além de ter tudo a ver com a atmosfera de um cinema de rua e as emoções nele cultivadas, como é o nosso Cine Santa Tereza, tem uma forte conexão com a história pessoal de minha mãe, que viu esse filme no cinema, num momento de sua vida em que ela desenvolvia suas ambições e seus sonhos. Ela volta recorrentemente à sua icônica trilha sonora para reviver aqueles momentos de magia da juventude”.

Para José Bernardo Souto, de 28 anos, rever “E.T, o extraterreste” (1982, classificação livre), de Steven Spielberg, é a oportunidade para um encontro de gerações. “A primeira vez que assisti ‘ET’ foi aos 7 anos de idade, em 2002, no relançamento comemorativo do aniversário de 20 anos. Foi uma das minhas experiências cinematográficas mais marcantes, por ser também uma das primeiras. Eu adoraria levar minha irmã, que hoje tem 8, para assisti-lo comigo e reviver essa lembrança, desta vez como o adulto que apresenta uma nova espectadora ao cinema”, completa.

Sessões comentadas

No dia 25, será exibido o documentário “Estrada Natural” (2023, classificação livre), que conta a história de uma ferrovia que inspirou os músicos do Clube da Esquina. O filme traz depoimentos de Milton Nascimento e Fernando Brant. A sessão será comentada pelo diretor Emerson Penha.

Já no dia 26, acontece uma homenagem ao cineasta Geraldo Veloso (1944-2018), pela sua dedicação para o florescimento do cinema em Minas Gerais, bem como a sua contribuição para a reabertura do Cine Santa Tereza, cuja sala de exibição recebe seu nome. Serão exibidos os filmes “Interregno” (1966, classificação 12 anos), de Flávio Werneck, “Toda a Memória das Minas” (1978, classificação 12 anos), de Geraldo Veloso, além de “O Padre e a Moça” (1966, classificação livre), de Joaquim Pedro de Andrade, obra que delimita um importante marco temporal para o cinema mineiro.

A sessão será comentada por Lourenço Veloso, filho do cineasta e atual diretor do Centro de Estudos Cinematográficos – CEC. Também estarão presentes, Victor de Almeida, jornalista e pesquisador de cinema, atual presidente do Instituto Humberto Mauro e Paulo Augusto Gomes, pesquisador e crítico de cinema.

Uma história digna de filme 

O espaço, inaugurado como cinema privado em 1944, havia fechado as portas em 1980. Na década seguinte, o Cine foi sede de danceterias e casas de shows. Em 2003, após passar pelo processo de desapropriação, o imóvel passou à gestão da Prefeitura de Belo Horizonte. O prédio histórico foi restaurado e revitalizado, e inaugurado como cinema público em abril de 2016. Desde então, o Cine Santa Tereza já recebeu cerca de 50 mil pessoas em mais de 2.200 sessões gratuitas.

“O Cine Santa Tereza é um patrimônio cultural da cidade e representa a importância que a Prefeitura de Belo Horizonte tem dado ao desenvolvimento do audiovisual na cidade. O cinema é a ponta de um conjunto de ações e políticas promovidas pelo poder público, como a criação do Núcleo de Produção Digital de Belo Horizonte, focado em ações de formação, e a Belo Horizonte Film Commission, responsável por apoiar as produções audiovisuais no município”, afirma Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura, destaca a atuação do cinema e sua importância para a cidade. “Trata-se de um cinema público, um espaço cultural e de lazer reivindicado pela população da cidade, comprometido não apenas com as sessões gratuitas, mas também com ações de formação contínuas que buscam apresentar e discutir aspectos relacionados ao audiovisual, além de promover cursos, oficinas e workshops com foco na linguagem cinematográfica”, completa.

Serviço
Aniversário Cine Santa Tereza - Programação especial
“Nossa Mostra” - de 1º a 30 de abril
Circuito Cine Santê - sessões comentadas – dias 25 e 26 de abril
Sessões gratuitas. Retirada de ingressos na plataforma Sympla ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão.
Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza - Praça Duque de Caxias