Grupo se une a orquestra em resgate importante para a memória cultural mineira
Já está disponível nas plataformas digitais o álbum ‘Coral Cidade dos Profetas interpreta obras inéditas do Período Colonial’. Fruto de um projeto de pesquisa e resgate de obras da música colonial mineira, o disco apresenta composições dos séculos 17, 18 e 19, restauradas por musicólogos das universidades UFRJ e UEMG.
Entre as peças estão partituras que integram acervo do maestro Chico Aniceto (1886-1972) e outras preservadas em acervos de instituições como a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS). As composições foram cuidadosamente editadas e preparadas para serem interpretadas por coros.
O presidente da Academia Brasileira de Música, André Cardoso, destaca a importância do registro pelo coro formado em Congonhas, na Região Central de Minas. “Com o trabalho do Coral Cidade dos Profetas, tais obras ganharam outra dimensão, pois chegam a novos espaços e a um público maior, extrapolando o ambiente religioso e revelando suas altas qualidades artísticas”, observa.
Para o musicólogo e professor da UEMG, Domingos Sávio Lins Brandão, o sentido dessa música é chegar aos ouvintes. “O Coral Cidade dos Profetas está proporcionando a mim e aos pesquisadores do acervo da Escola de Música da UEMG a oportunidade de ver a concretização dessas obras, que passaram por um processo de restauração e, agora, serão disponibilizadas ao público”, comemora.
O maestro José Herculano Amâncio, regente do Coral Cidade dos Profetas, contou que o processo de gravação envolveu tanto o coro quanto a orquestra. O repertório selecionado inclui composições até então desconhecidas pelo público, como ‘Tota Pulchra’ e ‘Missa de Suassuhy’. “É uma imensa alegria sermos o grupo responsável por resgatar e registrar essas obras. Unimos o coro e a orquestra no estúdio montado exclusivamente para a gravação no interior de Minas Gerais e foi emocionante ver cada trecho dessas músicas, até então adormecidas, ganharem vida”, celebra.
A cantora Lourdinha Manso, integrante do coral desde 1988, ressaltou a importância do trabalho de preservação cultural envolvido no projeto. “Sinto que estamos contribuindo para deixar um legado musical para as futuras gerações”, afirmou. O disco ganha show de lançamento na terça-feira (29 de outubro), às 20h, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos (Praça do Santuário, 180 – Congonhas), na Região Central de Minas.