Montagem baseada na obra de Roberto Drummond faz sessões nos dias 21 e 22
Uma das personagens mais icônicas já imortalizadas pelas ruas de Belo Horizonte ganha o palco em ‘Hilda Furacão, a Ópera’, produção da Orquestra Ouro Preto (OOP) que faz curtíssima temporada na capital mineira em 21 e 22 de novembro (quinta e sexta-feira), com sessões às 20h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro). Adaptação do romance de Roberto Drummond (1933-2002), que também deu origem à minissérie da Globo nos anos 1990, a montagem tem regência de Rodrigo Toffolo, música original de Tim Rescala e direção de cena de Julliano Mendes.
Com estreia nacional no Theatro Municipal de São Paulo, em 5 e 6 de novembro, o espetáculo promete capturar a intensidade dos dilemas e sentimentos de Hilda Furacão, personagem que desafiou as normas sociais da conservadora elite belo-horizontina nos anos 1960. Dividida em dois atos, a ópera explora questões éticas, religiosas e morais da época, enquanto traz ao palco uma narrativa envolvente e densa.
“Hilda tem tudo que a gente procura em um libreto, sob o ponto de vista operístico, para levar uma história para o palco. É rica nos conflitos, nas reflexões, na dramaturgia e nesse equilíbrio entre o drama e os momentos cômicos. Além disso, é uma personagem feminina muito importante da nossa literatura, que carrega fortes reflexões sobre liberdade, imposições sociais e sobre traçar seu próprio destino. Tudo isso faz dela uma protagonista perfeita para esse ciclo de óperas que a Orquestra Ouro Preto vem desenvolvendo”, explica o maestro Toffolo.
O elenco inclui importantes nomes do canto lírico brasileiro. A mezzo-soprano Carla Rizzi interpreta Hilda, enquanto o tenor Jabez Lima dá vida ao jovem Frei Malthus. Outros integrantes do elenco incluem Marília Vargas como Loló Ventura, Marcelo Coutinho como Nelson Sarmento, Johnny França no papel de Aramel e Fernando Portari como o narrador e autor Roberto Drummond.
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Carla Rizzi, que já colaborou com a Orquestra Ouro Preto em montagens anteriores, volta aos palcos encarregada de toda a força dramática que a personagem Hilda demanda. Jabez Lima, uma das vozes mais promissoras da ópera nacional, também retorna em um papel desafiador. A dupla já havia trabalhado com a OOP na produção de ‘Auto da Compadecida, a Ópera’.
Tim Rescala incorporou elementos da música popular dos anos 1960, como boleros e canções radiofônicas, à partitura da ópera. A missão era promover uma fusão entre música popular e erudita, que desse o sabor folhetinesco e romântico que a história pede. O compositor ressalta que a escolha reflete o espírito da época e adiciona uma camada de autenticidade à produção.
Além dos ritmos nacionais, os sucessos importados dos EUA naquela época também serviram de inspiração. “Não só a música brasileira, mas também a norte-americana, incluindo os boleros que tanto sucesso fizeram no mundo todo neste período. Esse cancioneiro marcou muito essa época e procurei incorporar esse universo sonoro à partitura para criar algo híbrido, em uma ópera com ares de musical”, adianta o compositor.
As entradas para o espetáculo da Orquestra Ouro Preto estão à venda pela internet estão à venda pela internet ou na bilheteria do Palácio das Artes, que funciona de segunda a sábado das 12h às 21h e aos domingos e feriados de 17h às 20h. Setores e ingressos: plateia superior a R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40; plateia 2 a R$ 30 (meia-entrada) e R$ 60; plateia 1 a R$ 40 (meia-entrada) e R$ 80. Classificação: 12 anos. Mais informações: (31) 3236-7400.