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Em novo álbum, Raquel Coutinho une a tecnologia dos beats à ancestralidade da percussão

‘Koan’ chega às plataformas digitais no dia 27/8, com show de lançamento no dia 8/9, no Teatro do Sesiminas



Créditos da imagem: Divulgação
Main capa koan   raquel coutinho
Em músicas densas e rápidas, que transitam por uma atmosfera ancestral, eletrificada pelos beats de Lenis Rino, Raquel Coutinho canta métricas poéticas sobre a mulher e outros temas
Redação Sou BH
16/08/22 às 09:23
Atualizado em 16/08/22 às 09:24

Com cinco faixas, “Koan”, novo álbum de Raquel Coutinho, une a raiz ancestral da percussão orgânica à modernidade dos beats e synths, costuradas por um vocal limpo e maduro. Parceria da artista com o produtor musical Lenis Rino, o álbum tem show de lançamento marcado para o dia 8 de setembro, às 20h, no Teatro do Centro Cultural Sesiminas, em Belo Horizonte. As faixas chegam às plataformas no dia 27 de agosto. 

Em músicas densas e rápidas, que transitam por uma atmosfera ancestral, eletrificada pelos beats de Lenis Rino, Raquel Coutinho canta métricas poéticas sobre a mulher e outros temas. “Buscando lugar no mundo, ando por esses dois universos: eu preciso da terra, do chão, da natureza, mas também estou na cidade e gosto muito do diálogo com a tecnologia”, afirma a cantora, compositora e percussionista, lembrando que “Koan” resultou de uma imersão com Lenis em sua fazenda, no interior de Minas Gerais. 

Por dez dias, a dupla compôs, criou e descobriu sons a partir de tambores, experiências digitais, percussão corporal e timbres cotidianos, naturalmente percussivos, encontrados em copos de vidro ou em varetas de bambu. 

“A linguagem de percussionista é muito legal, porque tudo é instrumento. Então, utilizamos desde o que precisávamos, como um copo de vidro ou varetas de bambu, até muitos tipos de tambores.”, explica Raquel, que é uma das grandes referências do tambor mineiro. “Usei meu tambor de congado, tambor de folia, alfaia, tambor xamânico e tambores eletrônicos. Também gravamos violão, linhas de baixo e synth, além de explorarmos texturas e recursos de voz”, completa. Além de gravar percussões e vozes, a artista executou a direção musical e colaborou com a produção das faixas. 

As letras do disco se conectam por um inspirado relicário poético, repletas de referências sensíveis, entoadas muitas vezes a partir de técnicas de spoken words — experimentação livre com as vocalizações, inclinadas a recitar canções, ao invés de apenas cantá-las seguindo a melodia. As composições versam sobre as muitas personalidades das mulheres presentes na mesma artista que canta, compõe, batuca com tambores e com o próprio corpo, descobre novas linguagens e caminhos. Uma mulher que é diva e deusa, mas também é cavala e bruxa, tudo ao mesmo tempo, longe dos padrões de beleza homogêneos e restritos, pregados pela sociedade patriarcal, como explica Raquel.

“Esse disco nasce de um desejo meu, que surgiu quando comecei a fazer uma relação crítica sobre a necessidade de nós, mulheres, termos que ser sexys, descoladas e legais o tempo todo. É como se tivéssemos a todo momento que responder a esse mundo, um mundo machista, sob a cultura do patriarcado, onde a gente sempre tem que estar disponível, feliz e linda. Eu me conecto muito no lugar da potência da mulher e de como a gente consegue ser tantas mulheres, ocupar tantos lugares e continuar ávida de vida”, reflete Raquel.

Show em BH

O show de lançamento oficial de “Koan” está marcado para 8 de setembro, no Grande Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. No palco, Raquel Coutinho estará acompanhada de Richard Neves (teclado e synth), Marcílio Rosa (guitarra), Isabela Leite (percussões) Estevan Cypriano (bateria), banda recém-formada para o trabalho, que participou do pré-lançamento do disco no famoso Festival Arte Serrinha, realizado em uma fazenda de Bragança Paulista (SP), no mês passado. 

“Vou fazer as músicas desse novo álbum e vou trazer uma nova linguagem, uma nova leitura para músicas do meu primeiro e segundo álbum, ‘Olho D’água”, de 2010, e ‘Mineral’, de 2015. O show é mântrico, catártico e ritualístico, com projeções alucinantes do artista visual Qualq”, diz Raquel, que prepara também um curta-metragem inspirado no disco “Koan”. A linguagem estética do espetáculo, que inclui imagens, projeções e fotografias, é assinada pela diretora de arte Pri Garcia e pelo cineasta Qualq. Já o figurino foi elaborado cuidadosamente por Manu Grossi. 

Serviço
Lançamento do álbum “KOAN”, de Raquel Coutinho
Dia 20/8, sábado
Nas plataformas digitais; Dia 8 de setembro, às 20h, no Grande Teatro do Centro Cultural Sesiminas (R. Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia – Belo Horizonte)
Ingressos online disponíveis pela Sympla.