Show da turnê Ivete Clareou reúne fãs de todas as idades e conecta Bahia e Minas em noite de homenagens, ritmo e emoção
Turnê marca nova fase da cantora, homenageia Clara Nunes e reforça a união entre cultura baiana e mineira
Pouco depois das 14h, os portões do Mineirinho começaram a receber o público que aguardava Ivete Sangalo em BH. No palco, fumaça colorida anunciou início de mais um show da turnê Ivete Clareou, neste sábado (1º). A cantora surgiu com figurino reluzente e abriu a apresentação com “Marechera”, saudando o público mineiro: “É a mistura da Bahia com Minas”.
O projeto marca a estreia de Ivete no samba e celebra o lançamento de um novo audiovisual gravado em uma roda de samba no Rio de Janeiro. Inspirada nas lembranças da infância em Juazeiro (BA), a artista dedica o trabalho aos pais e à mineira Clara Nunes, homenageada em diversos momentos do show.
Entre o público, as histórias revelavam a relação afetiva que muitos fãs mantêm com a cantora. Luciene Nunes, 55, de Belo Horizonte, acompanhava tudo de perto. “Sou fã desde o início da carreira. As músicas de Carnaval dela marcaram momentos importantes pra mim. É alegria pura, a alegria do povo”, contou.
Logo à frente, Emerson Vinícius Barros da Silva, 32, natural do Norte de Minas, também se destacava na multidão. Administrador e morando há sete anos na capital, ele contou que acompanha Ivete desde o início. “Comprei a fita quando ela lançou Sorte Grande. Desde então, sigo a carreira dela. Já fui até Salvador pra ver show”, disse.
Sobre a nova fase da artista, aprovou: “Gostei muito dela cantar Clara Nunes. É uma forma de aproximar ainda mais Bahia e Minas. Hoje a expectativa é sambar e ter muito axé.”
Mais adiante, três amigas — Mariana Mendes, Laila Quintão e Ariadna Moreira, todas de Belo Horizonte — viviam o show como um encontro marcado. “A gente ama a Ivete e está acompanhando tudo desde o Carnaval. É o nosso dia da Ivete”, contou Mariana, 38. As três, casadas, deixaram os maridos em casa. “Hoje é noite das meninas”, brincou Laila.
Entre risadas, as amigas comentaram a homenagem à Clara Nunes. “Achei o máximo ela lembrar da Clara. É clássico. A gente toca um pouco também, e no nosso repertório ela está sempre presente”, disse Ariadna.
O show contou com participações de Bruno Diegues, Arlindinho, Délcio Luiz, o grupo mineiro Akatu e Dilsinho, que dividiu com Ivete o dueto “Mó Loucura”. A mistura de ritmos e sotaques transformou o Mineirinho em uma enorme roda de samba.
Ao final, Ivete agradeceu a energia da plateia e resumiu a noite em uma frase: “O samba é esse abraço que a gente dá no Brasil”. Entre batuques, coros e sorrisos, Bahia e Minas se encontraram sob o mesmo ritmo — e, por algumas horas, clareou a capital Mineira.