AML celebra 'Pistas Falsas', coleção de contos breves do escritor e jornalista
‘Pistas Falsas’, de José Eduardo Gonçalves, é o vencedor da 2ª edição do Prêmio Academia Mineira de Letras, que teve o resultado divulgado nesta quarta-feira (4) pela própria AML. A seleção de contos curtos, alguns com apenas duas linhas ou um parágrafo, foi eleita pelo júri entre o conjunto de obras publicadas por autores ou editoras de Minas ao longo de 2023.
“Cada livro é como um filho que parte para o mundo, em busca de seus leitores. Que este honroso prêmio da AML, que recebo com espanto e alegria, possa abrir pistas novas em direção àqueles que realmente justificam o trabalho obsessivo, apaixonado e quase selvagem da escrita à qual me dedico – os leitores de ontem, hoje e sempre, cúmplices deste amor à literatura”, comemora o jornalista, escritor e editor José Eduardo Gonçalves.
Natural de São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, o autor premiado também assina ‘Paraíso’ (Mazza, 1998), ‘Vertigem’ (Record, 2003) e ‘A cidade das memórias flutuantes’ (Conceito, 2005). A publicação de ‘Pistas Falsas’, pela Editora Patuá, rompeu um hiato de quase 20 anos sem novos textos literários do escritor.
Para o o poeta, produtor cultural e editor Eduardo Lacerda, nome à frente da Patuá, a distinção dada ao título mais recente de Gonçalves abre portas para um novo público. “Estamos muito felizes com o prêmio e o reconhecimento, esperamos que traga ao autor o que todos os escritores e escritoras esperam, que são leitores, leitoras e a leitura. Pistas Falsas é realmente muito especial”, ele celebra.
Participaram da comissão julgadora do Prêmio Academia Mineira de Letras 2024 os acadêmicos J. D. Vital (presidente), Carlos Herculano Lopes, Humberto Werneck, Luís Giffoni e Maria Ester Maciel. O valor total concedido à obra vencedora é de R$ 100 mil, sendo R$ 60 mil destinados ao autor e R$ 40 mil à editora.
“Em ‘Pistas falsas’, José Eduardo Gonçalves revaloriza, com destreza e inventividade, a arte mineira do conto. As histórias, centradas em situações inesperadas e, por vezes insólitas, enfocam a vida cotidiana, as relações amorosas e familiares, as experiências da infância, os animais. Tudo com muita habilidade narrativa, sensibilidade e um certo humor inquietante”, observa a acadêmica Maria Ester Maciel.
O presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão, destaca que a iniciativa do prêmio deve perpetuar-se pelos próximos anos, como uma maneira de valorizar e reconhecer a produção do estado. Ele ressalta que a premiação não se restringe a obras literárias, mas engloba toda a movimentação editorial na cena mineira.
“O Prêmio Academia Mineira de Letras pretende somar-se aos já existentes em Minas e no país. A Academia entende ser importante valorizar os autores daqui, até por ser uma instituição que atua no âmbito do Estado. Isso implica o reconhecimento da qualidade da produção literária e ensaística mineira, pois não se trata de um prêmio estritamente literário, mas abrange qualquer tipo de obra publicada”, comenta Brandão.