Peça faz curta temporada em BH nos dias 28 e 29 de setembro (sábado e domingo)
Nova montagem de sucesso dos anos 2000 apresenta relação inusitada de uma mulher rígida e formal com homem livre, aberto à mudança
Nívea Maria vive a personagem-título em ‘Norma’, espetáculo de Dora Castellar e Tônio Carvalho que desembarca em BH com montagem dirigida por Guilherme Piva, para uma curta temporada nos dias 28 e 29 de setembro (sábado e domingo), no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2244 – Lourdes). Título importante do teatro nacional, a peça reestreia em comemoração aos mais de 20 anos da primeira versão, que chegou aos palcos em 2002 e percorreu o país por mais de quatro anos.
A trama apresenta a relação de Norma, mulher solitária guiada por padrões e códigos de conduta rígidos, com o jovem Renato, que leva a vida correndo riscos e permitindo-se mudar sempre. Unidos por um encontro ao acaso, os personagens têm em comum bagagens de vida marcadas por traumas, medos e fraturas emocionais, o que acaba convertendo suas diferenças em motivo de aproximação. Rainer Cadete dá vida ao coprotagonista.
“Duas dores se encontram para falar de um amor. É preciso ir fundo para enfrentar medos, preconceitos, crenças negativas, cascas que colocamos durante a vida para nos protegermos. Isso é muito lindo nessa peça, os personagens se afetam, se provocam até acontecer essa transformação. É uma peça que fala de amor e superação”, explica o diretor Guilherme Piva.
Com mais de 60 anos vividos sobre os palcos, Nívea Maria comemora o apelo universal do texto, que ela atribui aos temas abordados em ‘Norma’. “Ele fala sobre a liberdade de dialogar com o outro, expondo pensamentos, sentimentos, emoções, raivas, impulsos, sofrimentos, como em uma montanha-russa que nos ajuda, no final, a cair na real, ficar em paz, nos sentindo mais leves”, exalta a atriz.
Intérprete de Renato, Rainer Cadete celebra a oportunidade de estrelar a montagem ao lado da veterana e também vibra com a ideia principal transmitida pelo espetáculo. “Ele tem uma mensagem muito clara: viva e seja feliz, não devemos estar presos a conceitos e a ninguém”, diz o ator. Na montagem original, Norma e Renato eram vividos por Ana Lucia Torre e Eduardo Moscovis, respectivamente.
Completamente solitária, Norma está no apartamento que acabou de alugar, quando conhece Renato, antigo inquilino do imóvel que aparece para pedir a ela que informe seu novo endereço e telefone aos que o procurarem. A liberdade de Renato incomoda Norma, as diferenças começam a vir à tona e o embate é inevitável.
Mas expurgar as dores é também liberdade. E no decorrer do espetáculo, revelações surpreendentes mudam os destinos dos personagens e novas possibilidades nascem do que antes parecia ser apenas o vazio. “Não somos uma coisa só. Passamos por milhares de sentimentos contraditórios a cada dia. E isso é o que mais procuro em um texto, falar do ser humano com sua montanha russa de emoções é também uma possibilidade de redenção”, observa Piva.
O espetáculo nasceu de um engano. Certo dia, um dos autores, Tônio Carvalho, discou um número errado ao telefone, sendo hostilizado pela mulher que o atendeu do outro lado da linha. Ele divagou sobre que tipo de vida levaria essa pessoa para ser tão dura. Imaginou então uma mulher em crise e teve a ideia de batizá-la de Norma. Renato foi criado e inserido na vida dela para representar essa possibilidade de “renascimento” que o autor vislumbrava.
As sessões do espetáculo ‘Norma’ ocorrem às 20h no sábado (28) e às 19h no domingo (29), com ingressos à venda pela internet por R$ 45 (meia-entrada) e R$ 90. Duração: 70 minutos. Classificação: 10 anos.
