Mineira, de Belo Horizonte, a atriz bateu um papo com Sou BH e contou detalhes de sua trajetória
“Estar
ciente do que está acontecendo em nossos tempos e decidir não fazer nada se
tornou inaceitável. Porque não podemos mais normalizar o horror e a violência.
Porque todos somos responsáveis quando algo acontece bem debaixo do nosso
nariz, e nem sequer olhamos”. O texto faz parte da peça Antes
que a definitiva noite se espalhe em Latinoamerica – em cartaz no Sesc Palladium
dias 26 e 27 – e foi o ponto de partida para Débora Bloch resumir a importância
do espetáculo na atual fase do Brasil.
Mineira,
de Belo Horizonte, ainda criança, a atriz se mudou para São Paulo com a
família. Agora, de volta à capital mineira com seu novo espetáculo, Débora
revelou que guarda um carinho especial pela cidade. “Tenho recordações de
infância de quando morei em BH e ainda possuo amigos e família na cidade. Foi
em Belo Horizonte que meu pai, que é carioca, conheceu minha mãe e se casou,
quando se mudou para a cidade para estudar Belas Artes”, recorda Bloch, que
também comentou sobre sua última passagem pela cidade. “Da última vez que me
apresentei em BH, uma babá minha me deixou uma carta e não consegui falar com
ela. Gostaria muito de revê-la!”, comenta com expectativa.
No
teatro, Débora estreou profissionalmente aos 16 anos, substituindo Lucélia
Santos na peça Rasga Coração. Mas, além de atriz, ser bailarina foi uma
possibilidade em sua vida. “Quando estreei em Rasga Coração, sabia que não
seria bailarina e já tinha passado um ano estudando teatro com Ivan de
Albuquerque e Rubens Correa no Teatro Ipanema. Inclusive, fui chamada para o
teste da peça por causa desse curso que fiz. Então, esse desejo já estava em
mim”, explica.
Ainda
sobre sua estreia no palco, a atriz relembrou como foi entrar em um projeto que
vinha de um enorme sucesso. “Foi uma sorte! Eu era muito jovem, inexperiente e contracenava
com Raul Cortez, Sônia Mamede e Ari Fontoura. Foi um aprendizado. Lembro-me de
ter entrado em cena na estreia e levado um susto com o teatro lotado”,
completa.
Pouco
tempo depois de sua estreia, Bloch integra o grupo ‘Manhas e Manias’. Período
de muitas descobertas e bastante produtivo, onde ela pôde experimentar e ver o
Teatro em todas as suas vertentes. “Eu estreei no Rasga, que era uma peça mais
adulta e profissional, com uma carreira do que a gente chamava de ‘teatrão’.
Mas minha geração estava nos grupos de teatro alternativo: Asdrúbal, Despertar
da Primavera, Cabaret Valentin, com o qual eu me identificava mais. E quando
entrei pro ‘Manhas e Manias’, fiquei muito feliz por trabalhar com as pessoas da
minha geração. Era uma relação diferente, fazíamos tudo no grupo, da produção e
figurino ao texto. Foi uma fase muito legal”, exalta.
Anos
mais tarde, o humor apareceu de forma bastante presente no trabalho de atriz. Por
outro lado, Débora comenta que nunca se achou tão engraçada, assim. “Nunca me
achei exatamente engraçada, mas tenho humor. Meu jeito de olhar o mundo é sob o
ponto de vista do humor. Gosto de rir e de fazer rir. Gosto de pessoas que me
fazem rir. Desde o ‘Manhas e Manias’, trabalhava com humor no teatro. Na
televisão, minha primeira vez foi quando me convidaram para o ‘TV Pirata’, que
considero como um doutorado em humor pra mim”, risos.
Com
quase 40 anos de carreira, 38 trabalhos em TV, sendo desses 13 novelas, Débora Bloch
conclui nosso papo relembrando a personagem Júlia, de Andando nas Nuvens. “Foi
uma personagem legal! Eu fazia uma jornalista, filha do Nanini com quem adoro
trabalhar – e que é muito divertido –, e com Marcos Palmeira, que conheço desde
a escola e é um parceiro muito bacana. Era uma heroína, mas com certa ousadia e
muito divertida. Mariana Ximenes, em sua primeira novela e Viviane Pasmanter
eram minhas irmãs, duas atrizes ótimas. Foi uma novela divertida de fazer”,
encerra.