Alerta! Incidentes envolvendo escorpiões aumentam no verão
Calor e chuvas favorecem a reprodução dessa praga urbana. Veja como se prevenir
Quem já levou este susto sabe bem: se deparar com um
escorpião dentro de casa não é uma surpresa nada agradável. No verão, a
incidência de chuvas acaba ‘desabrigando’ os bichos, que saem de seu habitat original, aumentando os incidentes.
Em Belo Horizonte, em 2018, foram notificados 753 ocorrências envolvendo escorpiões. As regionais com o maior número de casos foram Centro-Sul, Nordeste e Pampulha.
O calor favorece a reprodução dessas espécies peçonhentas. Em BH, a mais comum é a Tityus serrulatus, conhecida como escorpião amarelo, com um dos venenos mais potentes do mundo. Entre fevereiro e março do ano passado, por exemplo, houve um salto de 55 para 82 notificações (crescimento de 49%).
Nesta época, eles partem em busca de refúgio, água e/ou comida. Para evitar que sua casa vire um abrigo, evite acumular entulhos, lixo e outros materiais em locais como quintais e garagens. Eles também podem sair de redes de instalação elétrica ou esgoto, frestas nos pisos, paredes e forros. Ou ficar em roupas, toalhas, livros e objetos no chão.
“Os especialistas costumam dizer que o território de Minas Gerais é ‘escorpiônico’, pois esses animais estão presentes aqui há mais tempo que nós. O que podemos fazer é prevenir acidentes”, afirma Cláudia Capistrano, gerente de operações de campo da Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde.
Para colaborar nessa prevenção, fique atento à limpeza do ambiente. Observe ralos, frestas e mantenha jardins e terrenos capinados. Faça também o controle de insetos pequenos e baratas, que servem de alimento para os escorpiões. Mantenha a rotina de vistoriar sapatos e roupas antes de vestir, e seja cuidadoso ao manusear objetos no chão ou em lugares fechados. “O escorpião não ataca, ele reage a alguma ação, como quando é espremido”, explica Cláudia.
Socorro imediato
Caso encontre um animal peçonhento em casa, contate imediatamente a zoonoses de BH, pelo portal da Prefeitura (PBH), ou pelo número 156, solicitando uma visita. Avalie o risco de se aproximar, mas, se conseguir, capture o animal ainda vivo, para uma equipe da Fundação Ezequiel Dias (Funed) produzir o soro antiescorpiônico.
Se for picado, a recomendação é ir até o Hospital João XXIII, pois o setor de toxicologia tem uma equipe preparada para atender ocorrências com animais peçonhentos. O importante, segundo a Zoonoses de BH, é procurar socorro médico imediatamente, e nunca subestimar os riscos.
O papel de cada um
Em nota, a Gerência de Controle de Zoonoses informou que faz ações mensais de monitoramento ambiental em locais com maior infestação de escorpiões e outras doenças transmitidas por animais. Os agentes de combate a endemias fazem vistorias de rotina e atendimentos para avaliar condições ambientais e dar orientações.
Mas, além do município, cada morador da cidade precisa fazer a sua parte. “A população tem um papel importante no controle das pragas urbanas. Cada um deve cuidar do seu imóvel, a fim de proteger a própria saúde e a da comunidade”, conclui a gerente de operações de campo da Zoonoses da PBH.