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Entenda como a falta de saneamento básico influencia na disseminação da covid-19

De acordo com relatório, metade dos brasileiros ainda não têm acesso ao serviço



Créditos da imagem: Ilton Rogerio de Souza
Main destaque ilton rogerio de souza
Redação
21/09/20 às 14:14
Atualizado em 21/09/20 às 14:14

De acordo com dados do Ranking do Saneamento 2020, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, que aborda os indicadores de água e esgotos nas maiores cidades do país, quase 100 milhões de brasileiros não possuem cobertura da coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso a água tratada. Com a pandemia do novo coronavírus, os problemas enfrentados por essas regiões só se agravaram, atingindo as populações mais carentes que residem nestes espaços urbanos.

 

A definição de saneamento básico, segundo o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Francisco José Piza, é "um conjunto de ações relacionadas ao meio ambiente e saúde preventiva", que promovem qualidade de vida para a população, e inclui o abastecimento de água, esgoto sanitário, manejo de água pluvial e de resíduos sólidos.

 

Para a professora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UPM, Camila Sacchelli Ramos, a falta de saneamento básico compromete uma das principais recomendações de prevenção contra a covid-19: lavar as mãos.

 

"Sem água tratada, a população é muito mais atingida por doenças que dependem de adequada higiene pessoal e alimentar, como lavar as mãos antes de comer ou após usar o banheiro", afirma a professora.

 

De acordo com Camila, a falta de tratamento ainda causa a impossibilidade de higienização de mercadorias adquiridas no comércio e aumenta o risco de contaminação de lagos, rios e represas que passam por esses locais sem tratamento, pois há estudos que confirmam a presença da covid-19 nas fezes de pacientes infectados. Dessa forma, a população de outras classes sociais também acaba sendo afetada.

 

Para a professora, cabe às empresas de saneamento medidas que colaborem para o controle do novo coronavírus, como assegurar que a água que chega à população esteja livre do vírus, tanto no percurso quanto no destino final, e realizar o tratamento adequado de esgoto, principalmente dos hospitais onde se tem alta concentração de pessoas infectadas, para que não haja, inclusive, a contaminação do meio ambiente.