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Dia nacional da Saúde: saúde será a maior preocupação do brasileiro

Mais de 60% das famílias brasileiras afirmam que após o coronavírus vão colocar saúde em 1º lugar


Créditos da imagem: Banco de imagens Pixabay

Redação

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05/08/20 às 14:00
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A saúde aparece em primeiro lugar dentre as preocupações das
famílias brasileiras no pós-pandemia (62%), seguida de questões financeiras
como dívidas, orçamento e poupança (somam 53%), trabalho e renda (30%) e
educação (23%). Lazer figura em último lugar (19%). Os dados são de um
levantamento inédito do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe),
feito entre os dias 7 e 15 de julho, por telefone, com 1,5 mil chefes de
família em todo o país.

A pesquisa também mostra que no mundo pós-pandemia investir
mais tempo em ações de solidariedade com os mais carentes (48%) e a prática de
exercícios físicos (42%) são outras tendências de comportamentos. “O resultado evidencia
um dos legados que a pandemia de Covid-19 deixará para os brasileiros: a importância
do autocuidado e da empatia”, ressalta a oncologista clínica Daniella Pimenta,
que faz parte do corpo clínico do Cetus Oncologia [hospital dia especializado
em tratamentos oncológicos com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e
Contagem].

Para médica, agora, mais do que nunca, todos devem estar atentos
à saúde, tanto física quanto mental e não se esquecerem de cuidados simples do
dia a dia. “Pessoas sem doenças devem se cuidar para não adoecerem, ou seja,
priorizar um estilo de vida minimamente saudável. Manter uma alimentação equilibrada,
abandonar o cigarro e acabar com o sedentarismo podem ser fortes aliados nesta
mudança de comportamento”, destaca. Ainda segundo Daniella, os hábitos de
higiene, muito disseminados nesta pandemia, também devem permanecer, mesmo
quando ela passar. “A limpeza correta das mãos reduz em 40% a incidência de
infecções”.

 Papel do governo

Quanto ao papel do governo, a oncologista clínica do Cetus
Oncologia enfatiza a relevância do investimento constante em pesquisas clínicas.
“A necessidade de uma vacina para o coronavírus, por exemplo, evidencia essa
necessidade. Em nossa história recente nunca ficamos tão dependentes da ciência
quanto agora. Se esse investimento acontecesse de forma contínua, talvez não
haveria a necessidade de um grande montante ser destinado hoje, em caráter de
urgência”.

A médica lembra também da importância do Poder Público
gastar mais com saúde. E a preocupação tem motivo. Segundo a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil investe 9,2% do PIB [soma
de todas as riquezas produzidas] em saúde. O valor é pouco acima da média dos
37 países-membros da OCDE, a maioria ricos, que é de 8,8% do PIB. Mas no caso
do nosso país, boa parte dessas despesas são privadas. A fatia dos recursos
públicos investidos nessa área representa apenas 4% do PIB,
menos da metade do percentual da França, por exemplo.  “Se levarmos em conta que no Brasil, mais de
70% da população depende exclusivamente do SUS para ter acesso a serviços de
saúde, esse investimento do Governo, infelizmente é irrisório”, completa Pimenta
acrescentando que outro legado da pandemia é, infelizmente, acentuar ainda mais
as desigualdades entre ricos e pobres. “Aqueles que já tinham menos acesso a
serviços de saúde, já viviam em vulnerabilidade social e condições sanitárias
inadequadas, são os mais expostos, com mais chance de ter doença crônica, que
têm mais dificuldade de chegar ao hospital, de conseguir leito de UTI.
Entretanto, não podemos negar que sem o SUS a situação seria ainda pior”.