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Jovens em situação de rua criam novo cinema em Belo Horizonte

O Espaço Cultural Filme de Rua envolve cerca de 15 pessoas que atuam como diretores, produtores e protagonistas dos filmes



Créditos da imagem: Bruno Figueiredo
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Jordânia Andrade *
08/03/19 às 18:33
Atualizado em 08/03/19 às 18:34

Belo Horizonte vai ganhar um novo espaço cultural para os amantes da produção independente. No dia 12 de março, terça-feira, acontece o lançamento do Espaço Cultural Filme de Rua, um projeto voltado à prática do audiovisual e à produção artística da população que vive nas ruas da capital mineira. 

A iniciativa veio de um coletivo social feito por profissionais das áreas do cinema, artes plásticas, psicanálise, comunicação e história, que, desde 2015, já produziam curtas-metragens independentes com a participação de jovens que vivem, ou já viveram, nas ruas de BH. Todas as produções foram feitas pelos voluntários, que tem idade entre 17 e 29 anos, que participam diretamente da produção, atuação, montagem do roteiro, filmagem e direção dos filmes. 

"É um projeto que desenvolve a formação do público e dos realizadores, porque amplia o acesso à esse 'lugar' da produção audiovisual, que muitas vezes não oferece espaço para que esses jovens façam os filmes. E muitas vezes eles têm dificuldades em se colocar numa posição em que possam ser escutados. O que vemos é uma grande invisibilidade, ou, quando aparecem, é de forma negativa, então a gente está transformando essa realidade e mostrando uma nova versão da cidade", comenta uma das coordenadoras do coletivo, Joanna Ladeira. 

Uma das integrantes do projeto já até pensa em investir no futuro. "A gente tá muito feliz com o trabalho, estou gostando bastante e têm ajudado eu e meus amigos a sair das ruas, e eu quero muito ser atriz um dia", relata a jovem Dayse de Souza. 

Lançamento do espaço 

O evento de inauguração do espaço acontece na terça-feira (12), às 12h, na Avenida Afonso Pena, 941, loja 8 - Centro. A programação tem entrada gratuita e vai contar com a exibição dos quatro filmes já produzidos pelo coletivo: Filme de Rua (2016), Ver o Mar (2018), Chuá de Maloqueiro (2018) e Maloca (2018). Também haverá sessão de debate e comentários com a participação da equipe e dos jovens participantes. 

A partir do dia 15 de março, o espaço começará a receber sessões de cinema abertas ao público. A proposta é valorizar, nessa programação, a produção cinematográfica não-comercial e independente de Belo Horizonte e outras cidades do Brasil e do exterior. O local também vai reunir oficinas de cinema com grupos de trabalho e discussão da área.