Inhotim expõe 17 novas obras que repensam o espaço e a percepção na arte contemporânea
Três galerias temporárias serão abertas ao público na próxima quinta-feira
Sair de um jardim colorido e
entrar em uma galeria grande e pintada de branco pode não ter lógica para alguns,
mas na arte contemporânea há lugar para todos os sentidos e percepções. Esse é
o foco das 17 novas obras do Inhotim: repensar o espaço.
No total, são 12 artistas nacionais e internacionais ocupando três galerias: Lagos, Praça e Fonte. A mostra temporária, que reflete temas como percepção, tempo e linguagem audiovisual, estará aberta ao público a partir da próxima quinta-feira (6/09).
GALERIA LAGOS
As obras de David Lamelas trabalham a luz, o tempo, o espaço, a arquitetura e a desmaterialização dos objetos. Em ‘Falling Wall’, uma parede de drywall com dois metros de altura e duas toneladas, o artista mostra que a arquitetura não é neutra e que ela pode ser a própria obra de arte. No mesmo ambiente, também está a ‘Corning Piece’, uma estrutura em uma das quinas do local.
Foto: William Gomes
Fotos: William Gomes + Camila Saraiva
Em seguida, o público confere a sala ‘Limite de uma projeção’, onde o argentino desocupa o espaço e foca só a luz, através de um projetor de teatro com um pouco de fumaça. A sala é escura e a luz não aponta para nada em específico, é a ideia do aparato por ele mesmo.
Na galeria também estão as obras do americano Robert Irwin e da japonesa Yayoi Kusama.
Para María Eugenia Salcedo, diretora artística adjunta do instituto, os artistas desta galeria dão a base para o público compreender a arte contemporânea.
GALERIA FONTE - Mostra “Para ver o tempo passar”
Focada na linguagem do audiovisual, a galeria apresenta oito artistas, com obras em formato de video wall (parede de vídeos), slides, projeções, dentre as quais seis são inéditas no Brasil.
“A ideia é que o audiovisual tem a coisa do tempo, que é muito particular, diferente de uma escultura, ou de uma pintura, de uma instalação. Essa mostra abriu a arquitetura inteira da galeria e construiu de novo, é uma montagem muito particular” afirma a curadora assistente, Cecília Rocha.
Foto: Camila Saraiva
No vídeo wall da entrada, Peter Coffin apresenta várias imagens de animais presos e soltos, em 30 monitores, na tentativa de associar a uma jaula. Já na produção audiovisual ‘I See a Woman Crying’, da holandesa Rineke Dijsktra, crianças estão fazendo observações sobre uma obra de Picasso, que o público não consegue ver e por isso vai aguçando a imaginação de cada visitante.
Foto: William Gomes
GALERIA PRAÇA - Ensaios Vitruvianos
Esse espaço é uma exposição monográfica de Paul Pfeiffer onde ele mostra em ‘Empire” um vídeo da trajetória de uma casa de maribondo, para fazer o público refletir sobre a criação e a vida. Já na estrutura gigante ‘Vitruvian’ o artista americano se inspira no estádio olímpico de Sidney para montar uma réplica ampliada: a arena original tem a capacidade de 80 mil pessoas, já a obra tem 1 milhão de assentos em miniatura. Nesse trabalho, Pfeiffer reflete o contemporâneo, os espetáculos de entretenimento e as dimensões.
“Quando colocamos esses três novos pontos nesse mapa tudo se ressignifica. O Inhotim é um lugar de sinestesia todos os nossos sentidos são apurados e as obras trazem isso como amparo. Sugiro ao público essa leitura de poder ver essas novas peças individuais e fazer essas relações entre elas”. María.
Foto: William Gomes
Serviço
Instituto Inhotim (Rua B, 20 –
Brumadinho/MG)
Ingressos pelo site
Telefones: (31) 3571-9700 | (31) 3194-7300
Abertura: 6 de setembro, a partir das 9h30
Programação:
Performances
Time [Tempo], David Lamelas, às 11h42, em frente à Galeria Lago
Stallgewitter [Tempestade de Estábulo / Stable Storm], Daniel Löwenbrück e Marcellvs L., às 15h30, Espaço Igrejinha