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O romance infantil de Jorge Amado

Baseado em texto do escritor baiano, “O gato malhado e a andorinha Sinhá” está em cartaz até dia 19



Créditos da imagem: Divulgação
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Peça inspirada no texto de Jorge Amado é encenada no Teatro da Assembleia
Redação Sou BH
21/01/15 às 20:52
Atualizado em 01/02/19 às 20:00

Por Camila de Ávila, jornalista Sou BH

Todo mundo conhece Jorge Amado por conta de suas mulheres sedutoras, sensuais e com um tempero que só a Bahia consegue inebriar em alguém. Mas o autor de clássicos como Tieta, Gabriela e Tereza Batista também escreveu para os pequenos. A peça inspirada no texto do baiano, “O gato malhado e a andorinha Sinhá”, fica em cartaz até o dia 19 de outubro no Teatro da Assembleia (Rua Rodrigues Caldas, 30 - Santo Agostinho), sempre às 16h nos fins de semana.

O texto foi escrito por Amado em Paris, em 1948, quando o escritor morava lá com sua esposa, Zélia Gatai, e seu filho, que contava apenas um ano, João Jorge. O texto foi um presente. A história ficou sumida até 1976, quando João, já com seus 29 anos, encontrou o escrito e colocou à baila.

Depois de ver ilustrada, a pedido de João Jorge, pelo artista plástico Hector Júlio Páride Bernabó, o Carybé, as folhas datilografadas de 1948, Jorge Amado achou que seria interessante publicar a história feita para seu filho. No prefácio da pequena obra (entende-se como pequena obra por ser dedicada aos pequenos leitores), Amado faz a humilde recomendação: “se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé".

O texto foi publicado pela primeira vez pela editora Record em 1976, da mesma forma como foi escrito em 1948, ou seja, Jorge não mexeu em nenhuma vírgula, como alertou no prefácio da publicação. “O texto é editado como o escrevi em Paris, há quase trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor."

A história de Amado para as crianças é uma epopeia de amor. O livro e o espetáculo mostram o romance entre um gato malhado mal humorado e uma adorável andorinha que, apesar de compartilharem o mesmo ambiente, veem sua história de amor fadada ao fracasso devido às diferenças de espécie.

Jorge Amado sempre foi um pensador da sociedade e percebe-se no texto de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá uma observação sobre as questões das relações sociais no que se refere não somente a sociedade baiana, mas também mundial. Pode-se chegar a essa conclusão devido a moral da história que afirma que o mundo só vai ser melhor quando as diferenças forem aceitas. Nas palavras da história: “O mundo só vai prestar para nele se viver no dia em que a gente vir um gato maltês casar com uma alegre andorinha, saindo os dois a voar, o noivo e sua noivinha, dom Gato e dona Andorinha”.

A peça "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" fica em cartaz no Teatro da Assembleia (Rua Rodrigues Caldas, 30 - Santo Agostinho), até o dia 19 de outubro, às 16h nos fins de semana.