Apesar de parecerem inofensivos, o uso dos dois aparelhos pode causar câncer
Nesta sexta-feira (31) é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre doenças relacionadas ao tabagismo, como é o caso do câncer de pulmão, responsável por quase 10 milhões de mortes no mundo em 2018.
A doença causada pela dependência física à nicotina provoca cerca de 50 doenças diferentes que atingem tanto fumantes ativos quanto passivos.
Uma das alternativas que virou febre entre quem quer parar de fumar é o cigarro eletrônico. Parecido com um pen drive, uma caneta eletrônica e recarregável, o cigarros eletrônico é um dispositivo que converte a nicotina líquida em vapor. Alimentado por uma bateria de lítio, ele possui um cartucho ou refil que armazena a nicotina líquida (cuja quantidade ainda não é regulamentada), além de aditivos e aromatizantes.
Apesar de, algumas vezes, ser vendido como um dispositivo que ajuda a parar de fumar e não é nocivo a saúde, já foi comprovado que o aparelho traz diversos problemas para a saúde. No Brasil, a venda, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos é proibida desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O cigarro eletrônico contém diversas substâncias cancerígenas, entre elas a nicotina. Além de não existir nenhuma comprovação de que o uso pode reduzir a vontade de fumar, de acordo com a Anvisa, os dispositivos transmitem a falsa sensação de segurança e podem induzir não fumantes a aderirem.
Tendência entre os jovens
Outro artigo muito famoso entre o público mais jovem é o narguilé. Conhecido como cachimbo d’água, o produto apresenta quatro vezes mais nicotina do que os cigarros convencionais. De acordo com a OMS, os tabacos usados no narguilé, que têm diversas essências, possuem 11 vezes mais monóxido de carbono e 100 vezes mais alcatrão do que o cigarro comum. Além disso, segundo a organização, consumir uma rodada no cachimbo é equivalente a fumar 100 cigarros.
De acordo com a última Pesquisa Especial sobre Tabagismo – PETab, divulgada em 2015, mais de 212 mil brasileiros admitem fumar narguilé e entre os homens de 18 a 24 anos, o percentual de usuários do produto mais que dobrou nos últimos cinco anos, passando de 2,3% em 2008 para 5,5% em 2013.
A oncologista do Grupo Oncoclínicas em Minas Gerais, Carolina Cardoso, explica que as pessoas tendem a se iludir e achar que o narguilé é menos nocivo à saúde porque utiliza um filtro de água antes da fumaça ser aspirada. “No entanto, a OMS indica que uma sessão de narguilé, que dura em média vinte a 80 minutos, corresponde à exposição de componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros. Ele possui concentrações superiores de nicotina, monóxido de carbono e metais pesados”, afirma.