Localizado a 97 km de BH, o distrito de São Bartolomeu concorre ao selo de Melhores Vilas Turísticas do Mundo, realizado pela ONU
A recente indicação ao selo de “Melhores Vilas Turísticas do Mundo”, realizada pela OMT – Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU, colocou São Bartolomeu em evidência nos últimos meses e é claro que a gente foi até lá descobrir todas as belezas do distrito que fica aqui pertin.
O pequeno vilarejo de São Bartolomeu fica a 97 km de Belo Horizonte e é um dos 12 distritos de Ouro Preto. Com 720 habitantes, a história do local se mistura com a própria história do Brasil. As marcas do ciclo do ouro e a passagem da Coroa portuguesa no século XVII estão por toda parte.
Para chegar, basta seguir a BR-356 pelo caminho de Ouro Preto até a entrada do distrito de Cachoeira do Campo. De lá, são mais 15 km até a entrada de São Bartolomeu. A estrada é toda asfaltada e muito tranquila, apesar das curvas que fazem parte de qualquer caminho de Minas. A viagem até o vilarejo dura em torno de uma hora e quarenta minutos.
dica #aquipertin: Na hora de colocar São Bartolomeu no GPS, verifique se ele está te dando a rota por dentro de Cachoeira do Campo. Às vezes, ele manda passar por dentro de Ouro Preto e, nessa rota, pega um pedaço bem chatinho de estrada de terra!
À primeira vista, na Rua do Carmo, principal rua do distrito, você percebe que o tempo corre mais devagar. As casinhas com arquitetura colonial, o olhar curioso dos moradores, crianças brincando na rua, as igrejinhas… aquela mistura suficiente para esquecer do relógio e aproveitar o fim de semana.
dica #aquipertin: ao chegar, a primeira coisa que fizemos foi passar no Receptivo São Bartolomeu. Já tínhamos entrado em contato com a Rejane antes de ir para fechar nossos roteiro – existem muitas possibilidades de passeios e trilhas na região -, e, no dia, ela e o Chumbinho ainda deram várias dicas de onde comer e o que visitar.
Por ser um distrito pequeno, existem poucas opções de hospedagem. Nós ficamos hospedados e podemos indicar duas: Pousada São Bartolomeu e Casa de Zé Fortes.
A Pousada São Bartolomeu é a mais antiga da região e fica em um casarão do século XVIII, na rua principal. A preservação dos detalhes arquitetônicos da época é um ponto muito forte da pousada, em tons de branco e azul. O grande jardim no meio da pousada também reforça o contato que São Bartolomeu oferece com a natureza. As diárias para casal no fim de semana custam, em média, R$180,00 com café da manhã.
Já a pousada Casa de Zé Fortes respira arte. A pousada, que também é um ateliê de artes, está localizada às margens do Rio das Velhas e tem mais de 6 mil metros de área verde. As pinturas do artista plástico Gê Fortes nas paredes dão um tom muito característico à pousada e é um ponto alto da hospedagem, somada às redes espalhadas pelo ambiente e que permitem um descanso completo. As diárias por lá também custam, em média, R$180,00 com café da manhã.
Não se engane pelo tamanho de São Bartolomeu. Apesar de ser um distrito com poucos habitantes, a natureza oferece um cardápio completo. Ao todo, são 43 cachoeiras e inúmeras trilhas que podem ser feitas a pé, de bicicleta e de carro.
Como dissemos, nós contamos com o pessoal do Receptivo São Bartolomeu pra nos ajudar a escolher o roteiro que fazia mais sentido pra gente. Optamos por um dos passeios mais tradicionais de lá, que soma a natureza e a história: a trilha até a Cachoeira da Norata e um tour guiado pela cidade e suas tradições. Ele dura 6 horas, mais ou menos, e o valor é pago pela diária do guia, sendo R$180,00 para grupos de até 10 pessoas, e, olha, vale muito a pena!
dica #aquipertin: o Chumbinho, nosso guia, deu uma verdadeira aula de história e biologia pra gente, sem contar que é uma excelente companhia pra passar o dia. Sempre que possível, escolhemos conhecer os locais que vamos com guias locais, a gente volta com uma bagagem cultural imensa!
A Cachoeira de São Bartolomeu, também conhecida como Norata, é uma das principais atrações turísticas do distrito.
Para chegar, é necessário percorrer uma trilha de 5 km, partindo da rua principal, que pode ser feita a pé, de bicicleta ou de carro. Apesar da distância é um trecho muito tranquilo, sem inclinação e que leva em torno de 60 minutos de caminhada. O curioso desta cachoeira é que ela não tem poço para banho, mas a queda de 47 metros é mais que suficiente para se refrescar em dias de calor.
Ela não tem nenhuma restrição de horário e nem cobra entrada, já que está em uma área aberta, mas leve sempre o bom senso com você quando for visitar uma cachoeira, viu? Mesmo que não tenha ninguém vigiando, respeite a natureza, recolha seu lixo e evite o consumo de álcool em excesso.
Após a caminhada até a cachoeira e o almoço – que vamos falar daqui a pouco – , seguimos o nosso passeio pelas ruas de São Bartolomeu e conhecemos mais da história do distrito. Além de saber mais sobre tradição religiosa, vista nos oratórios fixados nas fachadas das casas e nas igrejas Matriz de São Bartolomeu e Igreja Nossa Senhora das Mercês, conhecemos também as prainhas do Rio das Velhas.
Por ser um distrito que faz margem com o tradicional rio mineiro, um dos passatempos é aproveitar um banho de rio das prainhas que se formam ao longo do caminho. O acesso é super fácil e plano. Para quem não gosta de cachoeira, pode ser uma ótima opção de curtir o dia e aproveitar para se refrescar com a família.
A terceira parte do passeio merece um capítulo à parte. Isso porque o ‘Saber Fazer’ dos doces de São Bartolomeu foi registrado em Ouro Preto como Patrimônio Cultural Imaterial e se mantém vivo por séculos na região. A tradição na produção dos doces passa de geração em geração no distrito, com destaque para os doces provenientes das frutas da região, como a goiaba. E, que goiabada boa, viu? Nuh!
No passeio pela cidade, conhecemos duas produções famosas: a da Vovó Pia, onde pudemos visitar a fábrica, e do Edutijolo, produzido pelo senhor Vicente, que tem uma lojinha na rua principal do distrito.
São Bartolomeu é um distrito bem pequeno, então, a gama de opções de alimentação não é tão grande, e isso é uma preocupação geral por lá. Porém, duas paradas são obrigatórias quando se fala em alimentação: o bar Trilhas das Gerais e o Bar do Seu Nonô.
O Trilhas das Gerais é o ponto principal para refeições na cidade. Além de estar localizado na rua principal, ele tem uma decoração muito charmosa, uma playlist de MPB da melhor qualidade e é comandado pelo Fred e pela Nayara, que são pessoas ótimas de bater um papo. As mesas ficam na parte interna e também na rua em frente ao local. Da cozinha saem porções e refeições completas, com destaque para a tilápia que é o mais vendido na casa, a porção de iscas de tilápia (500g) com molho branco sai por R$ 40,00.
Além disso, eles oferecem aquela cervejinha gelada (Original 600ml – R$ 12,00) e muitos drinks bem apetitosos.O funcionamento é apenas aos sábados e domingos, entre 11h e 20h.
dica #aquipertin: independente de você já ter comido muito em São Bartolomeu, você tem que ir comer o bolinho de bacalhau do Seu Nonô! É quase um atrativo turístico. A vendinha é muito simples, fica na rua principal e a receita é tradição de família. Muuuuito boa! O bolinho custa R$ 3,00 a unidade, mas é impossível comer só um! Só confia e vai! Ele funciona às sextas a partir das 18h e aos sábados e domingos a partir das 09h.
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