Pedagoga destaca a importância do incentivo à leitura de livros infantis protagonizados por personagens femininas
Desde sempre os livros são poderosas ferramentas para que o ser humano conheça mais sobre ele mesmo e o mundo ao seu redor. Por isso, a leitura contribui de forma significativa para o desenvolvimento do autoconhecimento, senso crítico, valores morais e virtudes; ou seja, atua na formação da identidade e influencia nas relações com o todo.
Com as crianças isso não é diferente! De acordo com Claudia Onofre, pedagoga e consultora educacional da plataforma Dentro da História, é neste contexto que o hábito de ler se torna ainda mais importante. ‘’A leitura na infância é essencial, pois é a fase onde a criança está construindo o seu ‘’eu’’, formando seus valores, identificando suas virtudes, aprendendo o que é o certo ou errado e como o mundo funciona para assim moldar suas condutas. É neste momento que a criança desenvolve características importantíssimas para o sucesso na vida adulta e em suas relações, seja no âmbito acadêmico, profissional ou pessoal’’, explica.
Nesse cenário é possível compreender quão relevante é mostrar para meninos e meninas o significado dos movimentos atuais, incluindo o cenário onde a mulher luta cada vez mais por espaço e tem cada vez mais voz para ser quem ela quiser, onde quiser. A partir disso, a educadora listou 3 motivos que reforçam a importância do incentivo a leitura de livros infantis onde ‘Elas’ são as protagonistas.
1) A RIQUEZA DA INFÂNCIA!
Esta é a fase onde o ser humano passa a desenvolver suas percepções sobre o mundo; e isso faz então com que a criança tenha maior capacidade para absorver tudo ao seu redor. ‘’Este é o momento ideal para incentivar a leitura, pois os pequenos levam a sério personagens e narrativas e as somam às suas experiências cotidianas para formação da identidade. Por isso, essa também é a hora da família introduzir na rotina de leitura dos pequenos livros que trazem, de forma lúdica, questões atuais e importantes, como a luta contra o preconceito e estereótipos que circundam a figura feminina’’, frisa.
2) QUEBRA DE ESTEREÓTIPOS!
Por muito tempo, a imagem das personagens femininas, seja em livros, filmes ou outros tipos de obras, refletiam imagens estereotipadas e desatualizadas de meninas e mulheres, vistas muitas vezes como figuras frágeis, mais passivas e submissas quando comparadas a personagens masculinos.
‘’Esse ‘padrão’, de forma inconsciente, afetou e ainda afeta a autoestima das meninas, fazendo-as a acreditarem que são menos importantes e capazes do que os meninos, o que não é verdade. É preciso despir os pequenos de rótulos pré-estabelecidos pela sociedade, como aqueles que ditam que os meninos nunca devem sentir medo e falarem sobre seus sentimentos e que as meninas devem ser mais delicadas e contidas. Portanto, é fundamental que as famílias introduzam na rotina de leitura das crianças livros que contam histórias inspiradoras, protagonizadas por diferentes tipos de personalidades femininas, que as mostrem que todas são importantes e capazes’’, reforça.
3) REPRESENTATIVIDADE!
Por fim, talvez o principal motivo para o estímulo da busca por livros infantis onde as meninas são as personagens principais, seja a compreensão da transformação postural e ocupação das meninas e mulheres perante a sociedade. O empoderamento feminino, que hoje é uma realidade, deve ser tema que desperte reflexões desde a infância .
De acordo com Onofre, para ‘Elas’, o estímulo do acesso a narrativas que trazem a figura menina como foco central, confere a sensação de empoderamento, o que significa que as meninas e mulheres são capazes de serem o que quiserem e conquistarem o espaço que quiserem, e isso está diretamente ligado à construção da confiança para o sucesso na vida adulta.
Para ‘Eles’, o incentivo a este tipo de leitura também deve estar presente. ‘’As famílias também devem apresentar aos meninos os livros protagonizados por meninas. Isso reforça a ideia de que garotos e garotas não são tão diferentes assim, já que ambos podem ser confiantes, sensíveis, fortes, e muito mais. Além disso, os pequenos passam a construir um imaginário mais completo sobre a representatividade feminina, tornando-se mais respeitosos’’, completa.