Horta, que sofreu um AVC no sábado (22), foi autor de sambas que celebram a alma da capital mineira e seus bairros
Artista foi levado ao hospital por amigos, mas não sobreviveu
A música de Gervásio Horta, imortalizado em sambas e marchas de carnaval, será sempre uma homenagem a Belo Horizonte. O compositor, que morreu no último sábado (22) aos 88 anos, após sofrer um AVC em sua residência, no bairro Prado, deixou como herança canções que celebram e descrevem a cidade que adotou como sua desde 1954.
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Nascido em Teófilo Otoni, Horta chegou à capital mineira ainda jovem. Inicialmente, ele se formou em administração na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, e trabalhou como bancário. No entanto, foi na música que encontrou a verdadeira vocação. Sua carreira musical começou com uma canção composta para uma greve dos bancários, intitulada “Sete é Sete”, que logo ganhou as ruas e chamou a atenção de figuras como Lamartine Babo.
Entre as composições mais emblemáticas estão aquelas que tratam da alma e das particularidades de BH, como “Praça Sete”, “Mercado Central”, “Lindo Barro Preto”, “Bela Belô”, “Rua da Bahia”, “Adeus, Lagoinha”, “No Calçadão da Savassi” e “Manhãs de Belo Horizonte”.
Em sua última gravação, “Sambatério (Funeral do Amor)”, lançada no carnaval deste ano, Horta ainda brindou a capital de forma única, mencionando os sete cemitérios de Belo Horizonte.
Além de sua produção autoral, que foi gravada por Jackson do Pandeiro, Paulinho Pedra Azul, Márcio Greyck, Jorge Veiga, Sérgio Moreira e outros nomes, diferentes segmentos da música ganharam destaque na carreira de Horta. Ele compôs jingles, hinos de clubes mineiros como Cruzeiro e América, e até do estádio do Mineirão. Também foi responsável pela criação do projeto Brasileiríssima, da Rádio Inconfidência, em 1979.