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Pula a fogueira e o mês de junho também

Na capital mineira, as tradicionais festas juninas foram destaques da agenda de julho e agosto



Créditos da imagem: Portal PBH
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Quadrilha Feijão Queimado, campeã do Concurso Municipal – Grupo Especial
Redação Sou BH
07/08/14 às 23:12
Atualizado em 01/02/19 às 19:57

Não foi só o calendário escolar que a Copa do Mundo alterou, os jogos também adiaram aquele tão esperado clima de interior trazido pelas festas juninas. Em Belo Horizonte, o tradicional “Arraial de Belô” começou no primeiro fim de semana após o torneio, de 17 de julho a 3 de agosto. Uma “decisão prudente” segundo o presidente da Belotur, Mauro Werkema, já que “todos os recursos humanos, técnicos e operacionais estavam focados na Copa do Mundo, e não só da Belotur”.

Considerada uma das maiores festas juninas do país, o arraial integra o calendário oficial da cidade há 36 anos e reuniu 50 mil pessoas na Praça da Estação, na edição 2014. Maria Luíza Menezes, 60 anos, moradora do bairro Fernão Dias, sempre gostou de festa junina e resolveu curtir bem de pertinho o arraial deste ano. “Dessa vez, fiquei esperta, vou acompanhar a programação. Quero ver os noivos, a coreografia, amo quadrilha e todo esse colorido. Quero poder estar no meio do povo, sem confusão, nesse clima de interior”, contou empolgada ao lado do marido, Mário de Menezes.

As meninas Rafaela, de 4 anos, e Maria Eduarda, de 7, também se encantaram com os noivos e marcaram presença na Praça da Estação, ao lado de toda família. Vestidas a caráter e com as bochechas cheias de pintinhas olhavam atentas às apresentações. “É a nossa cultura, temos que prestigiar”, disse a mãe Kênia da Silva Rios, 28, moradora do bairro Camargos, que fez questão de levar a família toda para a festa: “não tem problema nenhum, é tudo bem organizado. As comidas típicas, as danças, a decoração, não falta nada. Com certeza, participaremos outras vezes”.

A adolescente Bruna Silva, 14, da Região Vale do Jequitinhonha, não só ama o festejo como participa ativamente. Ela é uma das dançarinas da quadrilha Junina Renascer, que integra o Festival Estadual de Quadrilhas. “Sou encantada pela tradição, pelas histórias por traz dessa grande celebração. Gosto muito de fazer parte da festa, danço desde os 12 anos. Via minha prima participar e resolvi seguir os passos dela”. Tiago Soares, 25, também aprecia as tradições e integra a Quadrilha Perecolândia, de Itabira, além de coordenador, ele é o admirado noivo. “Uma posição de destaque, não só por chamar atenção, mas por serem os noivos a puxar a dança, servindo de referência para os outros dançarinos”.

Arraiá de Santê

Em sua primeira edição, dias 19 e 20 de julho, o Arraiá de Santê conquistou o público de uma das regiões mais boêmias da cidade, o tradicional bairro Santa Tereza. E, além das tradições juninas, destacou também a solidariedade, arrecadando donativos a instituições como a APAE, Lar dos Idosos, União dos Cegos e Igreja de Santa Tereza e Santa Teresinha.

Realizado pela Associação dos Bares e Restaurantes de Santa Tereza (Abrest-BH), em parceria com moradores e associações do bairro, o evento reuniu cerca de 15 mil pessoas, segundo informou o seu idealizador Elias Brito, presidente da Abrest-BH. “Foi um sucesso, queremos que o Arraiá de Santê vire tradição em BH, especialmente pelo ganho social, pela forma positiva de interação entre a comunidade”, afirmou. O morador do bairro Floresta, Flávio Zenha, 33, concorda: “estou aqui pela tranquilidade, para uma conversa leve, em uma festa junina de bairro. Um evento assim sem preocupação com a violência, em uma grande cidade, é raro”.

Adriane Rejane Moreira, 48, saiu do bairro Pompéia para participar da festa, levando os filhos, a neta e o marido. “Sabia que seria mais tranquilo, estamos aproveitando muito”, disse enquanto participava de uma rodada de bingo e as crianças se divertiam tentando acertar a boca do palhaço. Isabela Reis, 36, do Palmares, achou que a Copa do Mundo ofuscou as comemorações juninas, mas, fez questão de celebrar ao lado do filho, Matheus, de 4 anos. “Perdeu um pouco a importância frente ao destaque dado ao Mundial, mas a realização em julho deixou o clima mais tranquilo. É uma festa para família e o Santa Tereza valorizou bem isso”, argumentou.