Financiamento coletivo busca aperfeiçoar app que ajuda mulheres a escolher rotas seguras
O aplicativo Malalai, lançado por arquiteta mineira, entra em nova etapa de expansão
Divulgação/Malalai
Um aplicativo criado por uma arquiteta mineira tem minimizado os riscos de violência sexual contra mulheres. A ferramenta oferece informações para ajudar na escolha da melhor rota e ainda possibilita um botão de emergência para avisar amigos e familiares.
A Malalai, idealizado por Priscila Gama, já pode ser baixado numa versão de teste para Android, e agora parte para a próxima etapa do seu aperfeiçoamento: versão para iOS, versão final e acessórios que permitem disparar a emergência sem que a necessidade de encostar no telefone. Para isso, está aberta uma campanha de financiamento coletivo com sete níveis de apoio.
São quatro faixas de R$ 15 a R$ 65. Dependendo do valor, existem quatro entregas diferentes: e-mail de gratidão, nome no mural, ilustração e porta-fone. E também há três pacotes que contemplam a inclusão da foto ou marca do apoiador no site da Malalai: de R$ 300 a R$ 1 mil.
Para conferir com detalhes todas as faixas e entregas, basta clicar aqui.
"O apoiador pode contribuir para uma solução gratuita pra várias mulheres, independentemente de classe econômica. O mapeamento colaborativo traz benefícios pra todos, uma vez que se tem informação de segurança pra cidade e todos podem ter acesso", afirma ao SouBH a criadora do app Priscila Gama.
A arquiteta reforça ainda que a iniciativa pode, inclusive, contribuir com o poder público. "Pode-se, por exemplo, cruzar informação de baixa luminosidade com registros de violência de maneira geral. E traçar políticas públicas mais assertivas", completa.
Malalai
A ideia surgiu em 2015 quando Priscila Gama leu na hashtag #PrimeiroAssédio relatos de violência contra mulheres que se deslocavam sozinhas. Juntou-se ao programador Henrique Mendes no evento Startup Weekend e de lá, foram convidados a participar do programa de pré-aceleração Lemonade.
O aplicativo, então, foi lançado em versão de teste. É possível, através de um botão de emergência que pode ser colocado em qualquer tela do celular, envio de SMS com pedido de ajuda e localização para contato cadastrados. Em versões posteriores, também será realizada ligação telefônica para um dos contatos e armazenamento de dois minutos de áudio.
A usuária pode selecionar característica do trajeto e contatos para os quais o app liga em caso de emergência; layout do novo app já está pronto (terceira tela) (Divulgação/Malalai)
A solução conta ainda com uma tecnologia vestível, um acessório que cumpre a mesma função do botão de emergência citado acima, porém o pedido de ajuda ocorre de forma rápida e discreta, já que não é preciso tocar no celular. O acessório pode ser utilizado como um anel ou colar.
Este acessório, inclusive, será sorteado para os apoiadores que participarem da campanha de financiamento coletivo. Serão realizados sorteios nos dias 5 de novembro e 20 de dezembro.
Aparelho para acionar a emergência (Divulgação/Malalai)
O principal diferencial, é que a solução busca uma solução focada em três frentes: preventiva, com o mapeamento colaborativo, subjetiva, relacionada à sensação de segurança que se tem com a companhia virtual, e emergencial, proporcionada tanto pelo botão no aplicativo gratuito quanto pelo acessório.
Aparelho usado como colar (Divulgação/Malalai)
O que é financiamento coletivo?
Financiamento coletivo = crowdfunding = vaquinha online.
Funciona assim:
1. Uma ou mais pessoas têm uma ideia que beneficia muita gente, mas não têm recursos para executá-la;
2. Estas pessoas saem em busca de outras que querem ver a ideia sair do papel e estão dispostas a doar um valor para o projeto em troca de recompensas;
3. Se o valor necessário for alcançado, o projeto é realizado e todos podem usufruir.