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Professor coleciona cases de sucesso

Depois da Miner e Akwan, vendidas para Uol e Google, respectivamente, empreendedor lança Zunnit de olho nos EUA



Créditos da imagem: Banco de imagens
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Redação Sou BH
04/09/15 às 15:16
Atualizado em 01/02/19 às 19:23

Thaíne Belissa, do Diário do Comércio

O mercado norte-americano está na mira da startup mineira Zunnit, que oferece ferramentas para análise preditiva (previsões testáveis) para a avaliação de comportamento e perfil de usuários na internet. Com dois anos de operação, a empresa recebeu, este ano, aporte da Fundep Participações (Fundepar) e agora se prepara para nova rodada de investimento, que ajudará na expansão do negócio para os Estados Unidos. A expectativa do fundador, Nívio Ziviani, é que a empresa chegue ao fim de 2016 com um faturamento cinco vezes maior que o atual.

A Zunnit é mais um dos cases de sucesso do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nívio Ziviani. Referência em empreendedorismo no Estado, Ziviani tem em seu currículo outras duas startups vencedoras: a Miner Technology Group, criada em 1998 e comprada no ano seguinte pelo Uol, e a Akwan Information Technologies, que nasceu em 2000 e foi vendida para o Google em 2005.

A Zunnit é o terceiro empreendimento do professor e também tem uma particularidade de destaque. Ela nasceu dentro do laboratório de Ciência da Computação da UFMG e foi transformada em startup em um case inédito de transferência de tecnologia. Atualmente, a universidade tem 5% de sociedade da empresa, que tem sede no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec).

"Tudo o que se faz na universidade, por lei, é propriedade intelectual do órgão público. Então a maneira que a UFMG encontrou para transferir o conhecimento da Zunnit para a sociedade foi transformá-la em startup e ficar com um percentual dela. Isso é inovador, pois ela quebrou a barreira da propriedade intelectual e deixou fluir o conhecimento e a geração de riqueza", destaca o professor.

Ele explica que a empresa fornece ferramentas para a análise preditiva, que são previsões testáveis para a avaliação do comportamento e do perfil de usuários em sites de notícias, e-commerce, blogs e portais. O objetivo é melhorar os resultados de navegação e gerar maior receita por meio de estratégias, como oferta de produtos ou indicações de leituras personalizadas. A startup também usa as tecnologias deep learning e big data para armazenar e interpretar dados na internet e, assim, gerar conteúdo valioso para a tomada de decisões estratégicas e implementação de ações específicas.

"No segmento de mídia, a ferramenta pode sugerir ao leitor de determinado jornal on-line a navegação em outra notícia parecida com aquela que ele clicou", exemplifica. Outro exemplo comentado pelo professor é na área de saúde. De acordo com ele, a startup pode fornecer uma ferramenta que indica possíveis diagnósticos a partir de sintomas relatados em casos anteriores.

"Se o hospital já atendeu milhares de casos com aqueles mesmos sintomas e que foram diagnosticados com determinada doença, a ferramenta lê os dados, aprende e cria um modelo. Então o médico passa a consultá-la como suporte", explica. A Zunnit atende hoje nove clientes, entre eles grandes empresas como os jornais "Estado de São Paulo" e "O Globo".

Incentivo 

Este ano, a startup recebeu um importante apoio da Fundepar, que além do aporte financeiro - valor não revelado pelo fundador -, também contribuiu com sua expertise em gestão e garantiu mais possibilidades de networking. Agora, a expectativa de Ziviani é que o fundo ajude a empresa a ampliar seu mercado para os Estados Unidos.

De acordo com ele, a chegada ao mercado norte-americano trará um crescimento escalável para empresa, tendo em vista que é um dos principais mercados do mundo no segmento de tecnologia. Ele admite que a barreira de entrada nos Estados Unidos é grande, já que chegará ao País para atuar ao lado de gigantes que já trabalham no segmento de deep learning, como Apple, Google e Facebook. Mas ele garante que há mercado e que a empresa mineira tem tudo para se destacar.

"Transformar pesquisa de big data e deep learning em produto não é simples, nem mesmo para os Estados Unidos. Então o mercado norte-americano vai nos reconhecer como uma empresa inovadora", afirma. Segundo o professor, a meta da Zunnit é chegar ao fim de 2016 com o faturamento cinco vezes maior que o atual.