Polícia Federal investiga desvio de mais de R$ 4 milhões recursos públicos pela UFMG
Projeto Memorial da Anistia Política do Brasil já recebeu R$ 19 milhões e ainda não está finalizado
Foca Lisboa/UFMG
A Polícia Federal
deflagrou, no início desta quarta-feira (6), a operação “Esperança Equilibrista” cujo foco é a investigação de desvios de recursos
públicos e a inexecução de obras do Memorial da Anistia Política do Brasil. O
projeto é financiado pelo Ministério da Justiça e realizado pela UFMG. Mais de
80 policiais executaram oito mandados judiciais de condução coercitiva e 11
mandados de busca e apreensão.
A ação teve o apoio de 15
auditores da Controladoria Geral da União e dois auditores do Tribunal de Conta
da União. Segundo informações do jornal O Tempo, entre os conduzidos pela Polícia Federal estão o reitor da universidade, Jaime Arturo Ramírez, e a vice-reitora, Sandra Goulart Almeida.
A investigação policial apontou
mais de R$ 19 milhões gastos até agora, destinados na construção e pesquisas de
conteúdo para a exposição. Porém, de todo o projeto planejado, que inclui uma
exposição de longa duração, dois prédios anexos e uma praça de convivência,
apenas a construção de um prédio foi iniciada.
Do total repassado à UFMG, quase
R$ 4 milhões teriam sido desviados por meio de fraudes em pagamentos realizados
pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), contratada para pesquisas
de conteúdo e produção de material para a exposição de longa duração.
Os
desvios até agora identificados teriam ocorrido por meio de pagamentos a
fornecedores sem relação com o escopo do projeto e de bolsas de estágio e de
extensão. Até a conclusão do Inquérito Policial o valor dos desvios pode ser
maior, em decorrência da análise dos materiais apreendidos e interrogatórios
dos envolvidos.
Procurada pelo SouBH,
a assessoria da UFMG preferiu não se posicionar sobre o assunto.
Memorial
Idealizado em 2008, o projeto do Memorial visa à preservação
e à difusão da memória política dos períodos de repressão, contemplados pela
atuação da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça, a partir da reforma do
“Coleginho”, no bairro Santo Antônio, onde seria instalada uma exposição de
longa duração com obras e materiais históricos, além da construção de dois
prédios anexos e uma praça de convivência.
Com Polícia Federal em Minas Gerais