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Dicas para encontrar um pet para seu filho

Quando falamos de crianças e animais, há muito o que se considerar, segundo blogueira



Créditos da imagem: Glauciane Mata
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Mateus e Jade são grandes amigos
Redação Sou BH
09/12/15 às 16:23
Atualizado em 01/02/19 às 20:01

Por Glauciane Mata, do blog Roteiro Baby BH

Quando soube que estava grávida, tinha dois cachorrinhos: Rubi e Jade, meus xodós! Ele é um Yorkshire muito animado e ciumento. Ela, uma Shitzu preguiçosa e carinhosa. Muitos foram os comentários de que eu não iria “dar conta” de cuidar deles quando o bebê chegasse, que eu deveria doá-los.

Fragilizada e sem qualquer experiência, cometi meu primeiro grande erro da maternidade: deixei-me influenciar pela opinião alheia – contrariando a vontade do meu coração – e decidi entregar o Rubi a outra pessoa, já que ficar sem os dois seria demais para mim. Sofri muito. Só não me arrependi mais porque soube que a senhora que ficou com “meu chicletinho” teve um AVC logo em seguida e ele foi fundamental em sua recuperação.

Com a partida do Rubi, estreitei os laços com Jade – ele morria de ciúmes dela e “implicava” quando nos aproximávamos – que passou a ser minha grande companhia durante toda a gestação. De alguma forma, ela parecia sentir o que estava acontecendo e que dentro de mim algo mudava.

Mateus chegou! Lembro-me como se fosse hoje quando entrei em casa com ele nos braços: minha peludinha no colo da madrinha do meu príncipe, louca para se aproximar, sentir seu cheirinho... Fizemos essa aproximação com todo cuidado e nasceu ali uma grande amizade.

Hoje os dois são companheiros inseparáveis! Brincam, assistem TV, passeiam, ouvem histórias e músicas antes de dormir, comem (cada um sua comidinha, claro!), tudo juntos! Mas, sempre sob meu olhar atento, afinal, sei que por mais que a Jade seja nossa princesa, ela é um cachorrinho e pode reagir de forma inesperada – e indesejável – a alguma atitude do Mateus, que é uma criança e ainda não tem total noção do que pode e o que não pode fazer.

E é sobre isso que eu gostaria de falar com vocês: animais de estimação e crianças, o que considerar?

Muitos pais pensam em adotar bichinhos para divertir e acompanhar seus filhos e ensiná-los a ser mais responsáveis e autônomos, a cuidar de alguém, respeitar os limites do outro, desenvolver a afetividade etc.. É inegável que essa decisão é ótima. Porém, deve ser bem pensada e alguns aspectos devem ser levados em conta. Como não sou especialista no assunto, busquei ajuda da Bárbara Peconick, veterinária do Mundo dos Bichos – onde adotei a Jade – e olhem só o que aprendi com ela:

1. Cachorrinhos são ótimos, mas gatos também: Ao contrário do que se costuma pensar, os felinos são extremamente dóceis. São também mais independentes e asseados: eles mesmos se limpam, só fazem suas necessidades no local apropriado (já nascem sabendo fazer isso: olhem só que maravilha!). E dificilmente transmitem a temida toxoplasmose para nós, desde que tomemos as devidas precauções na hora da limpeza da caixa de areia deles. O cuidado extra que se tem que ter com eles é colocar redes de proteção nas janelas, pois do contrário eles podem saltar e se machucar.

2. Quando se quer um bichinho “diferente”: Com certeza, cachorros e gatos são as melhores opções de bichinhos para casas com crianças. Porém nem todo mundo tem tempo, espaço e disponibilidade para mantê-los. Mas não é por isso que se deve descartar a ideia de desenvolver as qualidades acima descritas no seu filho: outros animaizinhos cumprem bem o papel, como porquinhos-da-Índia, hamsters, peixinhos, mini-coelhos e passarinhos. Claro que não haverá a mesma interação, mas já garante muita diversão, afeto e senso de cuidado. O lembrete aqui é para o fato de que não podemos criar em cativeiro animais da nossa fauna.

3. Bichinho não é brinquedo: Não há animal que não exija cuidado nenhum, afinal, são seres vivos. Se não está disposto a arcar com um mínimo de responsabilidade, você também não está pronto para ensinar isso a seu filho. Bichinhos dão trabalho sim! Se não quer ter trabalho, opte por bichinhos de pelúcia e arrume alguém para higienizá-los de vez em quando.

4. Bichinho não é lembrancinha: Se exigem cuidado, tempo, disponibilidade e, muitas vezes, espaço, não imponha isso a outra pessoa ofertando como lembrancinhas de festa de aniversário bichinhos de estimação como peixes, coelhinhos e tantos outros. Por mais que pareça original, é extremamente indelicado e você corre o sério risco de obter o efeito contrário ao desejado ao desagradar os convidados com um “presente de grego”.

5. Bichinhos são mais indicados para crianças maiores: Se você não tinha um animalzinho de estimação antes de engravidar, espere mais um tempo para adotar um: crianças muito pequenas não têm condições de entender que certas ações podem machucar, irritar e provocar o bichinho, o que pode gerar problemas tanto para seu filho como para o mascote. Se você já tinha, não o afaste do bebê, apenas tome os devidos cuidados, incluindo aqui manter as vacinas em dia, quando for o caso.

6. Bichinhos são para “toda vida”! Feitas todas essas considerações, gostaria de deixar também um “conselho”... Pensem muito bem antes de decidir adotar um bichinho para fazer parte da família. Eles costumam viver alguns anos e, nesse período, muitas mudanças podem acontecer na sua vida. Tomada essa decisão, a menos que seja para o bem do animalzinho, não faça como eu: não abra mão do seu baby-canino (baby-felino ou o que seja)! Eles vão dar trabalho sim e quando se está passando por uma nova fase, tudo parece meio confuso no início. Mas tudo se ajeita e, com certeza, você encontrará um jeito de se adaptar à nova situação.