Regulamentação de aplicativos pela PBH é suspensa pela Justiça
Através de ação movida por vereador, Justiça concede medida de segurança contra o decreto da BHTrans
A polêmica regulamentação da BHTrans das atividades
dos aplicativos de transporte privado teve um novo capítulo. A 2ª Vara dos
Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte concedeu, na
última segunda-feira (29), uma liminar que barra o decreto da Prefeitura, publicado
no Diário Oficial do Município na última quarta-feira (24).
Atendendo à ação impetrada pelo vereador Gabriel Azevedo
(PHS), a medida de segurança barra o decreto que permitia a cobrança pela PBH de
1% do valor de cada corrida realizada por meio dos aplicativos. “Esse tipo de decreto firmado
pela prefeitura sem passar pela Câmara fere os princípios administrativos que estabelecem
o poder de legislar pelo povo”, alega o parlamentar.
>> Confira a decisão na íntegra
A decisão foi expedida pelo juiz Rinaldo Kennedy Silva, que
justificou, entre outros pontos, dizendo que “é vedada a criação de novas
obrigações, em razão de seu caráter meramente de regulação. Nas hipóteses em
que o chefe do Poder Executivo desejar impor à sociedade a observância de novas
obrigações ou até mesmo a sua extinção, deve este se valer da criação de leis,
a qual deverá respeitar o devido processo legislativo, com a aprovação pelos
vereadores”.
Azevedo entrou com a ação imediatamente após a
publicação do decreto, ouvindo pedidos de seus eleitores. "A BHTrans é uma caixa preta e, com o decreto, ganha o poder de tirar o sustento de milhares de pais
de família que têm como fonte de renda o trabalho nos aplicativos de mobilidade.
Se for para existir algum tipo de regulamentação, que obedeça aos trâmites legais", complementa o autor da ação.
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou ainda não
ter sido notificada judicialmente, não tendo, portanto, como se pronunciar
sobre o assunto.