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Manifestações de caminhoneiros entra em seu 4º dia; abastecimento de produtos está em falta

Em BH, diversos postos amanheceram com filas de carros para encher o tanque



Créditos da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Redação Sou BH
24/05/18 às 15:10
Atualizado em 01/02/19 às 19:34

No quarto dia de protestos dos caminhoneiros em todo o país, o abastecimento de alimentos e combustíveis já registra falta em alguns estados. Em BH, diversos postos amanheceram com filas de carros para encher o tanque, causando lentidão em alguns pontos da capital mineira. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou que a paralisação continuará até a confirmação da diminuição dos impostos sobre o diesel.

De acordo com a BHTrans, diversos locais da capital amanheceram, nesta quinta-feira (24), com congestionamentos, a exemplo da avenida do Contorno, sentido Santa Efigênia e Savassi, a Mário Werneck e Carlos Luz. Em seu Twitter, o órgão justificou a lentidão do tráfego na cidade devido às filas de carros nos postos de combustíveis. “Além da alta procura devido o desabastecimento acontece hoje a campanha ‘Dia de Liberdade de Impostos’ em alguns pontos”. Ainda segundo a BHTrans, agentes estão monitorando o trânsito.


Marcelo Camargo/Agência Brasil

Falta de alimentos e combustíveis

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nota afirmando que já identifica falta de produtos em alguns estados. "Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito", diz a Abras.

Na capital mineira, postos na região da Pampulha e Lagoinha já registraram falta de combustíveis na manhã de hoje. Em paralelo, a CeasaMinas já conta com alguns desfalques nos alimentos à venda e preços fecharam em alta em 58 produtos.


Arquivo/Agência Brasil

Decisão na Câmara

Em ritmo acelerado, a Câmara dos Deputados concluiu na última quarta-feira (23) a votação do projeto que pretende acelerar a decisão de reduzir tributos cobrados sobre o óleo diesel. Após aprovarem o texto principal, os parlamentares rejeitaram em menos de uma hora todas as sugestões de alteração no parecer de Orlando Silva (PCdoB-SP). Segundo o relator, a alíquota zero na contribuição vai permitir uma queda de cerca de 14% no preço final do óleo diesel. 

Ao longo do dia, diferentes medidas foram anunciadas, pelos parlamentares e pelo governo, com o objetivo de acabar com a greve dos caminhoneiros, que começou na segunda-feira (22) e tem causado desabastecimento em várias cidades do país.

 Após um acordo entre as principais lideranças da Câmara, os deputados concordaram em isentar, pelos próximos meses, o PIS e o Cofins cobrados sobre o óleo diesel. Porém, como se trata do fim de uma renúncia fiscal, a medida precisa esperar três meses, caso também seja aprovada pelo Senado, para que entre em vigor. Enquanto isso, na noite dessa quarta-feira, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão, segundo ele, busca contribuir com uma possível trégua no movimento da categoria.

Porém, segundo o presidente da Abcam José da Fonseca Lopes, é necessário que a categoria dê continuidade às manifestações. De acordo com ele, os caminhoneiros manterão a agenda de protestos pelo país até que a nova legislação realmente entre em vigor. Ainda segundo o presidente, é preciso haver uma política de isenção dos impostos e o controle efetivo desses aumentos do combustível.