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PBH conclui manejo de capivaras na Pampulha sem descartar risco de Febre Maculosa

Os carrapatos que transmitem a doença continuam existindo no local, mas, agora, as capivaras vão ajudar no controle



Créditos da imagem: Carlos Avelin/PBH
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Redação Sou BH
31/10/18 às 21:29
Atualizado em 01/02/19 às 19:42

Por Camila Saraiva

A Prefeitura de Belo Horizonte finalizou a primeira etapa das ações de controle da febre maculosa na cidade. As 53 capivaras existentes na orla da Lagoa da Pampulha foram manejadas individualmente, passando por cirurgia de esterilização, aplicação de carrapaticida de longa ação, microchipagem, exames de sangue e outros procedimentos.

O programa, que envolve as secretarias municipais de Meio Ambiente, Saúde e a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, tem o objetivo de controlar a contaminação por Febre Maculosa, doença que é transmitida por carrapatos geralmente hospedados nas capivaras.

“Hoje as capivaras participam com a gente no controle de carrapatos da lagoa. Através do seu peso corporal, da emissão de calor, elas atraem os carrapatos pra elas e estando com carrapaticida, esses carrapatos vão sendo eliminados aos poucos. Se houvesse uma retirada brusca das capivaras poderia haver uma dispersão dos carrapatos”, explica Leonardo Maciel, gerente de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Mesmo com a primeira fase concluída, é importante que a população mantenha os cuidados com a saúde. “As pessoas têm que se conscientizar de que o carrapato não está totalmente extirpado, a gente está com esse controle e esse trabalho que deve ser contínuo. A segurança existe, mas as pessoas têm que tomar cuidado quando passearem com seus filhos. Todo cuidado é pouco quando se trata de uma bactéria tão violenta como é a maculosa”, explica Mário Werneck, secretário municipal do Meio Ambiente.

A Secretaria Municipal de Saúde espera que, a partir de agora, a presença da bactéria rickettsia rickettsii, que causa a Febre Maculosa, comece a diminuir nos carrapatos.

Futuro

Com a esterilização das capivaras, procedimento que impede a reprodução do animal, há o risco de que, daqui a alguns anos, não exista mais nenhuma espécie na lagoa. “Se não chegar nenhuma capivara na lagoa a partir de agora, a gente computa em um espaço de 8 a 10 anos, que teoricamente é a vida normal desse animal, não haverá mais capivaras na lagoa. O que não significa a extinção da espécie. Mas enquanto elas estiverem vivas a gente tem que trabalhar com a presença delas a nosso favor, continuar colocando carrapaticida, fazendo manejo para que elas mesmas limpem o lugar”, afirma Maciel.

Os jacarés da lagoa também serão tratados da mesma forma que as capivaras e os recursos para os trabalhos já estão garantidos pela prefeitura.

Para 2019 e 2020, a prefeitura vai continuar monitorando a chegada de novas capivaras na orla da lagoa e os pontos com mais carrapatos, além de manter as atividades educativas sobre a doenças.

Equídeos

A Secretaria Municipal de Saúde também realiza um trabalho extensivo de controle de carrapatos na população de equídeos, oferecendo banhos gratuitos em todos os animais da região da Pampulha e conscientizando os donos de cavalos, burros e mulas sobre a Febre Maculosa.