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Proposta vai apoiar projetos de combate ao trabalho infantil na moda com R$ 900 mil

O objetivo é apoiar projetos que trabalham em defesa dos direitos das crianças e prezam pelo acesso à educação



Créditos da imagem: Arquivo/Agência Brasil
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Redação Sou BH
12/02/19 às 13:22
Atualizado em 12/02/19 às 13:22

Estão abertas, até a próxima terça-feira (19), as inscrições para o edital Combatendo o Trabalho Infantil na Indústria da Moda, lançado pelo Fundo Brasil e o Instituto C&A. O objetivo da ação é apoiar pelo menos dez projetos na área com cerca de R$ 900 mil. Sendo o valor mínimo de R$ 60 mil e máximo de R$ 90 mil para cada projeto, que deverá realizar atividades no prazo de até 12 meses.

A ideia da proposta é dar apoio a projetos que trabalham em defesa dos direitos das crianças. Prezando pelo acesso à educação e pela melhoria das políticas públicas para combater o trabalho infantil e estimular a área de aprendizagem, além do fortalecimento de estruturas comunitárias locais que protejam os jovens.

Os resultados dos projetos selecionados serão divulgados a partir do dia 15 de abril. Confira aqui o edital completo.

Um breve histórico

O Brasil é hoje um dos maiores produtores têxteis e de confecção do mundo e conta com uma estrutura fragmentada entre fábricas e oficinas de costura: 98% do setor de confecção de vestuário no país é formado por pequenas e microempresas, de acordo com informações do Sebrae. É um cenário com oficinas de costuram com baixa densidade tecnológica e mão de obra pouco qualificada e, muitas vezes, informal.

Além disso, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), cerca de 75% das vagas na indústria da moda brasileira são ocupadas por mulheres. E, por causa da desigualdade de gênero, essas trabalhadoras ficam vulneráveis à precarização do trabalho, à informalidade e à exploração. Tudo isso tem impacto direto no aumento da utilização de mão de obra infantil.

Os dados acima revelam que, ao contrário do que se imagina, o trabalho infantil não apenas segue existindo na atualidade, como também as suas novas características fazem com que a solução para esta violação seja algo ainda mais desafiador para a sociedade.

“Nesse contexto, a situação é agravada pelo fato de que muitas das funções desenvolvidas pelas crianças, apesar de invisíveis, uma vez que se dão no ambiente doméstico, são classificadas como ‘piores formas de trabalho infantil’”, pontua a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no edital.