Uso inteligente do carro: movimente-se pela cidade de forma mais sustentável
A mobilidade urbana é um desafio para as metrópoles. Descubra como contribuir com a coletividade
Com uma frota superior a dois milhões de unidades, a última
coisa que o trânsito de BH precisa atualmente é de mais veículos nas ruas,
certo? É fato que o padrão atual
de mobilidade urbana, em que predomina o transporte individual, é insustentável.
Tanto em relação às questões ambientais, quanto pela eficiência desse modelo
para o deslocamento da população nas grandes cidades. Uma solução possível, segundo
especialistas, é implantar ações como o uso inteligente dos carros.
O aumento da densidade demográfica e o desenvolvimento
social e econômico do país têm facilitado o crescimento do número de veículos –
carros, motocicletas, ônibus, caminhões etc – nas vias. Esse incremento causa,
de forma diretamente proporcional, piora da qualidade do ar, aumento do aquecimento global e queda na qualidade
de vida, com o estresse gerado pelos congestionamentos.
Se houvesse
um uso mais racional dos veículos, a situação ficaria mais amena. Mas isso não
é nada fácil. Estudioso em assuntos de trânsito, José Aparecido Ribeiro lembra
que, no Brasil, seguindo um comportamento cultural norte-americano, o carro não
é apenas um meio de transporte, mas também um objeto de desejo e símbolo de status. É difícil convencer uma pessoa a
não usar o carro, ou utilizá-lo menos, quando representa a realização de um
sonho de consumo. “Outro entrave é o sistema de transporte coletivo no país,
que é falido”, completa.
Marcos de
Sousa, editor do Portal Mobilize Brasil, contextualiza que o país teve uma
política de transporte público que avançou bem até por volta dos anos 30 e 40,
quando começaram a prevalecer os interesses da indústria automotiva, no mundo
inteiro. No final do século XX, ficou bem claro que abandonar o investimento no
coletivo em prol da mobilidade individual era um caminho sem saída.
E esse não é
um comportamento que se muda de uma hora para a outra. “O que podemos fazer é
conscientizar as pessoas para que, antes de saírem de casa com o carro, pensem
se realmente dependem dele para aquele deslocamento. Se forem utilizá-lo, que
seja de forma mais racional”, explica.
Entre as
alternativas possíveis, estão a boa e velha caminhada, quando o percurso for
mais curto e o ambiente permitir. Além do uso de aplicativos de transporte, que
possibilitam, inclusive, corridas compartilhadas com mais usuários. A 99 tem
esse recurso e, com o modo ‘Compartilhar’, você pode economizar até 40% no
valor da corrida. A empresa brasileira de mobilidade urbana conecta mais de 300
mil motoristas a 14 milhões de passageiros em mais de mil cidades no Brasil.
Outra opção é
organizar caronas com a turma ou colegas de trabalho que façam o mesmo trajeto,
com rodízio entre os motoristas/carros. Assim, além da economia, os ocupantes
do veículo aproveitam para colocar o papo em dia.
Uma força ao meio ambiente
Um dos
estímulos ao uso sustentável dos veículos é a preservação ambiental. Todos
os combustíveis lançam no ar ‘venenos’ como monóxido de carbono (CO), óxidos
nitrosos (NO e NO2) e hidrocarbonetos (compostos de hidrogênio e carbono). O CO
por exemplo, causa náuseas e diminui a capacidade de transporte de oxigênio no
sangue. Já os hidrocarbonetos podem ser agentes cancerígenos.
Para uma pessoa de 80 a 100 quilos se deslocar de carro, ela
leva consigo uma tonelada de materiais como aço, plástico e alumínio, e gera
aproximadamente 10 quilos de carbono a cada 100 quilômetros rodados
(considerando um carro de potência média, 1.6).
“Cada cidadão deve considerar que circular com um veículo na
cidade é um privilégio, que deve ser retribuído com atenção e cuidado ao meio
ambiente, pedestres, ciclistas e todos à sua volta. Precisam ser menos agressivos,
e tentar compartilhar espaço no veículo com outras pessoas. Essa ação, além de
saudável, melhora as relações na comunidade”, conclui Marcos de Sousa.
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