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Usuários de aplicativo de hospedagem oferecem diárias para vítimas da tragédia em Brumadinho

Mais de 100 proprietários abriram mão do pagamento para acolher, também, voluntários e integrantes das equipes de resgate



Créditos da imagem: Divulgação/CBMMG
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Redação Sou BH
30/01/19 às 17:51
Atualizado em 01/02/19 às 19:01

Por Júlia Alves

Em uma onda de solidariedade pelas vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, moradores do entorno da cidade estão abrindo suas casas para receber os desabrigados e pessoas que trabalham no resgate e assistência. Utilizando a plataforma de hospedagens Airbnb, mais de 100 moradores da região já colocaram seus lares à disposição.

O aplicativo de aluguel de quartos e apartamentos está acionando os anfitriões já cadastrados e possibilitando que outras pessoas se cadastrem em toda a região metropolitana de BH. As acomodações serão gratuitas e ficarão abertas durante o período escolhido pelos proprietários. Confira no site o mapa dos locais que estão recebendo a ação e saiba como participar.

Segundo o funcionário público Marcos Gonçalves, de 35 anos, já na sexta-feira, dia do rompimento da barragem, o Airbnb enviou um e-mail questionando se ele teria disponibilidade de abrir seu apartamento para famílias ou voluntários. Ele, que é morador de Brumadinho e normalmente recebe turistas que vão ao Inhotim, prontamente aceitou o pedido.

A primeira solicitação veio de voluntários de uma igreja de BH, que já está presente na cidade lavando uniformes das equipes de resgate, cozinhando para os voluntários e famílias e prestando assistência. Como está cedendo sua própria casa, Marcos está morando, temporariamente, com a mãe e ainda tenta colaborar no que pode, como voluntário.

“Eu quero fazer algo para ajudar. Foram muitos amigos que perdemos, são pessoas conhecidas e muito próximas. A cidade é pequena e você acaba conhecendo um pouquinho de cada um, então foi um baque muito grande”, comenta

O funcionário público conta que a comoção em Brumadinho é grande. Segundo Marcos, por meio de posts nas redes sociais, até mesmo as imobiliárias estão disponibilizando casas vazias para famílias ou voluntários se acomodarem.

O alagoano Anderson Nunes, é outro morador da cidade que abriu às portas de casa. Dando prioridade para as famílias desalojadas, principalmente para as pessoas que moram próximas ao rio, ele também está participando do voluntariado e aguarda receber mais pedidos pela plataforma.

Como o Open Home funciona?

A ação do Airbnb é conhecida como Open Homes e começou em 2012, durante o furacão Sandy, que afetou parte da América Central e alguns estados da costa leste dos Estados Unidos. Na época, uma anfitriã queria que a plataforma colocasse sua casa à disposição das vítimas, gratuitamente. A partir desse episódio, a empresa fez toda uma mudança de sistema para contemplar essa opção na hora do cadastro.

Hoje, quando acontece um desastre em qualquer parte do mundo onde o Airbnb está presente, é enviada uma mensagem diretamente para os proprietários mais próximos da área. Os anfitriões, então, terão a opção de participar desse sistema e acolher de forma gratuita as vítimas. Nesses casos, o Airbnb também não cobra taxas de reserva.

Além de suspender todas as taxas e fornecer a tecnologia para facilitar o suporte da comunidade às vítimas do desastre, todos os desabrigados e anfitriões dessa iniciativa têm acesso ao atendimento ao cliente do Airbnb que funciona 24 horas, 7 dias por semana.

Quem deseja solicitar uma acomodação, também precisa estar cadastrado no site. Para encontrar os anfitriões que estão participando da ação é só entrar no link para fazer o pedido, ou se cadastrar, e encontrar as casas disponíveis e quais cidades possuem anfitriões do Open Homes.

Durante a reserva, anfitriões e hóspedes podem se comunicar pelo sistema e trocar mais informações.