No mês de conscientização da infertilidade, preocupações sobre os riscos de transmissão para mulheres grávidas se tornaram um novo desafio
Junho é reconhecido como o mês Mundial da Conscientização da Infertilidade e tem o objetivo de alertar a população para este desafio. A infertilidade é um problema que afeta tanto a mulher como o homem, a boa notícia é que, devido aos avanços da medicina e das técnicas de reprodução assistida, muitos casais conseguem realizar o sonho de ter filhos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar após 12 meses mantendo relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos.
De acordo com o diretor da Clínica Origen, o médico Marcos Sampaio, estima-se que cerca de 15% dos casais enfrentam o problema, que pode ser agravado por hábitos de vida como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, obesidade e exposição ambiental a produtos químicos. Sampaio ressalta que é importante saber que as causas podem ser tanto da mulher como do homem. “Em geral, os fatores estão distribuídos igualmente entre homens e mulheres, além de um percentual sem causa aparente”, explica.
Mas, além dos problemas comumente conhecidos, a Covid-19 tem se tornado mais um desafio para os casais que desejam engravidar. Em 11 de março de 2020, a OMS declarou a doença de coronavírus uma pandemia. Desde então, todas as autoridades federais e locais, bem como agências reguladoras, desenvolveram políticas robustas para reduzir a disseminação da doença. Vieram ainda preocupações sobre os riscos para as mulheres grávidas e a transmissão materna para bebês. No que diz respeito à medicina reprodutiva, médicos e pacientes ainda estão procurando as melhores maneiras de enfrentar os desafios que estão por vir. “A Covid-19 pode ser uma nova indicação para preservação da fertilidade por um período, até o retorno completo da reprodução assistida”, comenta Marcos Sampaio. Ele destaca que é muito provável que todas as sociedades científicas da medicina reprodutiva publiquem suas diretrizes para orientar as autoridades locais e profissionais de medicina reprodutiva sobre o que seria a melhor conduta. “Para aqueles em quem o desejo de ter filho está latente, o ideal é procurar um especialista em reprodução humana que possa esclarecer as dúvidas e indicar o melhor caminho”, esclarece.
Por fim, vale destacar que é imprescindível que o casal infértil procure auxílio médico para que possam juntos buscar a solução que melhor se adapte aos seus interesses e às suas necessidades. Entre as opções de tratamentos existem inseminação artificial, fertilização in vitro, às vezes, basta a indução da ovulação com medicação para que o casal consiga efetivamente engravidar, em outros casos faz-se necessário um procedimento cirúrgico. Mas tudo isso vai depender de qual é o obstáculo que impede a gestação, bem como a identificação de qual é o momento no processo da concepção em que há erro. Por isso a importância de procurar um especialista em reprodução humana.