Cultura

Lô Borges: relembre os maiores sucessos do ícone do Clube da Esquina

Lô Borges, ícone do Clube da Esquina, faleceu aos 73 anos. Relembre os maiores sucessos que marcaram a história da música brasileira


Créditos da imagem: Reprodução/Redes sociais
Lô Borges Lô Borges, ícone do Clube da Esquina, eternizado na música brasileira com suas canções que marcaram gerações

Maria Clara Landim

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03/11/25 às 11:27 - Atualizado em 03/11/25 às 14:01
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Cantor e compositor mineiro, Lô Borges faleceu neste domingo (2), aos 73 anos, deixando um legado inestimável para a música brasileira. Nascido em Belo Horizonte, Salomão Borges Filho transformou o cenário da MPB ao lado de Milton Nascimento, com quem lançou o histórico álbum Clube da Esquina (1972), considerado um dos discos mais influentes da história mundial da música.

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Desde cedo, Lô conviveu com a música. Irmão de Telo, Marilton e Márcio Borges, todos músicos, ele iniciou sua carreira compondo com o irmão Márcio algumas das canções mais memoráveis do movimento mineiro. Entre os clássicos que marcaram sua trajetória estão “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul”, “Tudo Que Você Podia Ser” e “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”, esta última lançada em 2003. Artistas como Milton Nascimento, Elis Regina, Samuel Rosa, Beto Guedes e Lobão gravaram suas composições ao longo dos anos.

Os grandes sucessos do Clube da Esquina

“Equatorial” (1967) – Composta por Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges, a música desafiou a orquestra do conservatório da UFRJ com sua partitura inusitada. Nelson Ângelo, responsável pelo arranjo, recorda: “A ideia era gerar um efeito. Poderia ter escrito isso de maneira mais inteligível, mas a gente era tudo garoto na época”.

“Para Lennon e McCartney” (1970) – A parceria entre Márcio Borges, Lô Borges e Fernando Brant refletia a influência dos Beatles sobre o Clube da Esquina, mas reafirmava a identidade mineira: “Sou do mundo / Sou Minas Gerais”. Milton Nascimento, amigo próximo do trio, descreveu-os como “coração”, destacando a amizade como base da criação.

“Feira Moderna” (1970) – Composição de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant, a música marcou a estreia do grupo no V Festival Internacional da Canção, abrindo caminho para o surgimento do movimento Clube da Esquina.

“Paisagem da Janela” (1972) – Lançada no álbum Clube da Esquina, a música de Lô Borges e Fernando Brant se tornou um dos maiores hits da MPB, celebrando a força da música mineira frente ao eixo Rio-São Paulo-Bahia.

“O Trem Azul” (1972) – Lançada junto a Ronaldo Bastos, a canção tornou-se um clássico absoluto, com letra que remete à vida mineira e ao amor pelo Cruzeiro, time de coração de Lô.

“Tudo Que Você Podia Ser” (1972) – Composição de Lô e Márcio Borges, representa o impacto histórico do Clube da Esquina: “Foi uma hecatombe. Milhões de pessoas nos adoram até hoje. A obra que a gente fez passa de geração para geração”, recorda Lô.

“Um Girassol da Cor de Seu Cabelo” (1972) – Balada romântica composta com Márcio Borges, também teve seu impacto prolongado na música brasileira, inspirando gerações de artistas como Mallu Magalhães.

“Nuvem Cigana” (1972) – Parceria de Lô Borges com Ronaldo Bastos, faz referência ao coletivo de poesia revolucionária que inspirou parte do álbum Clube da Esquina.

“Vento de Maio” (1979) – Composta com Márcio e Telo Borges, ganhou destaque com a interpretação de Elis Regina, se consolidando como um clássico da MPB.

“Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor” (2003) – Composição tardia, mas que manteve a essência do Clube da Esquina, lançada por Milton Nascimento no disco Pietá.

Um legado que atravessa gerações

Lô Borges não apenas compôs músicas; ele ajudou a definir a identidade da música brasileira moderna. Com melodias originais, letras poéticas e uma abordagem inovadora, o artista mineiro continua a influenciar músicos nacionais e internacionais. Hoje, sua obra segue viva, atravessando gerações e mantendo Minas Gerais como um polo criativo da MPB.