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Maurinho e os Mauditos recebe Rodrigo Santos

Maurinho Nastácia fala do projeto Claro Rock e da música nacional



Créditos da imagem: Divulgação - Assessoria Árvore de Comunicação
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Maurinho e os Mauditos se apresentam com o baixista Rodrigo Santos
Redação Sou BH
12/01/15 às 20:45
Atualizado em 01/02/19 às 20:01

Por Camila de Ávila jornalista Sou BH

Na quinta-feira (23), às 21h, o Jack Rock Bar (Av. do Contorno, 5623 - Funcionários) apresenta o rock de Maurinho e os Mauditos recebendo o baixista do Barão Vermelho Rodrigo Santos. Maurinho promete fazer um show com rock, malditos e até Raul.

Segundo Maurinho Nastácia, o projeto com os Mauditos começou “há uns cinco anos quando a Rede Minas promoveu um especial no qual os cantores de outras bandas poderiam tocar o que queriam e toquei canções dos ditos malditos como Tom Zé, Belchior, Alceu Valença, Arnaldo Baptista”. Esses artistas são chamados malditos porque “têm a vontade de permanecer fora do circuito. Eles estão sempre na marginal, e procuram fazer a arte pela arte, a música pela música sem se preocupar com o mercado”, explica.

Maurinho afirma que levando em consideração essa definição de maldito, ele é um deles. “As músicas que gravei no disco que será lançado no próximo ano pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura não estão nos moldes do Tianastácia. São canções que privilegiam a parte instrumental. Tem uma que tem uns dois minutos só de instrumento no seu início e, acho que apenas duas possuem refrão”, conta.  Maurinho diz que as suas letras para o projeto com os Mauditos seguem outros moldes. “São letras que escrevo na margem da poesia concreta. Muito parecido com que Arnaldo Antunes e Sérgio Sampaio fazem”, explica.

Segundo Maurinho, estruturalmente o disco tem uma pegada pop. “Na verdade você pode fazer qualquer coisa com a música que é uma característica do pop, né?”, explica. Maurinho diz que durante a gravação deixou a banda muito livre. “Em nenhum momento falei com os músicos o que deveria ser feito. Essa banda, os Mauditos, encarnou muito bem essa ideia de sentir a música e deixar fluir”, conta. 

Maurinho fala também sobre a imposição de certas músicas na população. “Me incomoda muito como a TV coloca de uma forma massacrante músicas do sertanejo, axé e pagode. Acredito que tem espaço para todos, mas o massacre deste tipo de música eu sou contra”, explica. “Por exemplo, numa festa de boiadeiro tocar um Tião Carreiro é super bacana, mas colocar esses sertanejos novos o tempo todo é chato. Além do mais, o que é bom fica e não precisa ficar repetindo. O que é verdade fica”, ressalta.

Sobre o samba, Maurinho diz que nunca foi muito íntimo. “Quando entrei na banda Tianastácia que comecei a ouvir o samba por causa do Podé. Ele cresceu no meio dessa música. Com ele, comecei a ouvir João Bosco, minha ex-mulher me apresentou ao Chico Buarque, que minha esposa atual também gosta muito. Depois comecei a pegar o som do Caetano, até por causa do Tropicalismo, Jorge Mautner e Rita Lee”. Maurinho sempre esteve ligado ao rock. “Sempre fui de ouvir o rock internacional das décadas de 1970 e o nacional, como Mutantes, Arnaldo Baptista, Rita Lee & Tutti Frutti e Secos e Molhados”, conta.

Sobre Claro Rock

Maurinho disse que a ideia de fazer um show com os Mauditos neste projeto é antiga. “Há muito tempo estava pré-agendada esta apresentação”, conta. Ele disse que a ideia de chamar Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho surgiu num festival de rock que participou com o Tianastácia em Governador Valadares. “Nos encontramos na passagem de som e armamos uma canja, fizemos Bete Balanço e Pro dia nascer feliz”, diz.

Depois deste encontro, Maurinho pegou o contato com Rodrigo e “começamos a conversar sobre este show. Estamos combinando coisas muito legais”, afirma empolgado.  No show terá uma música do repertório de Rodrigo, uma dos Mauditos e dois ou três clássicos do rock, “pode ser uma do Raul, uma ou duas do Barão. Teremos surpresas”, conclui.