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Kevin Costner, bem antes de "3 dias para matar"

Nosso blogueiro analisou a carreira de um dos atores hollywoodianos mais populares dos anos 90



Créditos da imagem: Reprodução
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Kevin Costner era um dos principais nomes de Hollywood
Redação Sou BH
17/09/14 às 16:40
Atualizado em 01/02/19 às 19:59
Por Carlos de Campos, do Blog A Última Sessão

Houve um tempo em que Kevin Costner reinava absoluto em Hollywood. Isso foi no século passado. Em 1987, ele foi alçado à categoria de astro da primeira grandeza com o lançamento de “Os Intocáveis”, de Brian De Palma. O status de estrela fez muito bem à sua conta bancária e em abrir as portas dos estúdios para os projetos pessoais de Costner.

Sua estreia como diretor foi no inicio da década de 90, com “Dança com Lobos”. De cara, seu début cinematográfico abocanhou sete Oscars. “Robin Hood, o príncipe dos ladrões”, “JFK, a pergunta que não quer calar” e “O guarda-costas”, com Whitney Houston, consolidaram a carreira de Kevin Costner mundo afora.


E o que acontece quando o sujeito ganha autoconfiança suficiente para fazer o que quiser, como quiser, pelo preço que quiser? Lógico, um dia ele sai da linha. E parece que metade de Hollywood esperava ansiosamente por essa derrapada. Ela veio com “Wyatt Earp”, um (bom) western com três horas de duração que, apesar de estrelado por Costner, não encontrou o seu público. A descida da ladeira continuou com duas novas apostas de Costner na direção: “Waterworld”, uma espécie de Mad Max pós-apocalíptico no meio do mar e “O Mensageiro”, outra espécie de western pós-apocalíptico, desta vez com tons patrióticos. 

Depois de tudo isso, Kevin Costner não perdeu exatamente o prestigio. Ele foi se reinventando como astro de filmes românticos ou com temática esportiva – participou de bons filmes como “A outra face da raiva” e mais um western “Pacto de Justiça” (onde, além de atuar, Costner também dirige). Nos últimos anos, o ator ganhou prestígio com a minissérie para televisão "Hatfields & McCoys", um estrondoso sucesso de audiência nos Estados Unidos. E vem atuando como um coadjuvante de luxo em filmes como “O Homem de Aço”, como o pai adotivo do Superman e como o mentor do agente Jack Ryan, em “Operação Sombra”. 


O que nos leva ao filme que inspirou este comentário: “3 Dias para Matar”. “3 Dias para Matar” é uma aventura correta produzida pelo especialista em filmes de ação Luc Besson (responsável por “Lucy”, também em cartaz). O problema é que o filme está muito aquém do brilho de outras épocas do ator/diretor Kevin Costner. Aqui ele é Ethan Renner, um agente da CIA que descobre ter pouquíssimo tempo de vida. Em troca de uma droga experimental que pode prolongar sua vida, Renner aceita uma última missão: matar o mais perigoso terrorista do mundo. Ao mesmo tempo em que se vê envolvido com tiroteios, perseguições e explosões, ele tenta se aproximar da filha adolescente que não vê há anos. Não dá pra levar muito a sério, ainda mais que nas mãos do diretor que adaptou “As Panteras” para o cinema. O que a gente pode fazer, enquanto torce para que Kevin Costner encontrar novas inspirações na sua carreira, é rever (ou redescobrir) algumas de suas mais inspiradas atuações. Escolhi cinco, que você encontra facilmente nas (poucas) locadoras ou na Netflix: 


OS INTOCÁVEIS (The Untouchables, 1987). Direção: Brian de Palma. Com: Kevin Costner, Sean Connery, Robert De Niro, Andy Garcia, Charles Martin Smith. Foi aqui que Kevin Costner virou um astro. No papel de Elliot Ness, o agente federal que formou uma equipe de homens incorruptíveis para combater Al Capone. Um dos melhores filmes policiais de todos os tempos, com atuações marcantes de Robert De Niro e Sean Connery e cenas antológicas (o tiroteio um carrinho de bebê desce as escadas descontrolado no meio de um tiroteio entre Ness e os capangas de capote). Clássico!


SEM SAÍDA (No Way Out, 1989). Direção: Roger Donaldson. Com: Kevin Costner, Gene Hackman, Sean Young, Will Patton. O herói da marinha americana se torna alvo de uma caçada humana após se envolver com a amante do secretário de Defesa dos Estados Unidos. Mas esse fiapo de trama é só a ponta do iceberg. Muito do interesse deste filme de espionagem dos áureos tempos da Guerra Fria está no desenrolar da perseguição. Acredite, ao terminar de ver a cena final, você vai querer rever o filme todo.

WYATT EARP (Wyatt Earp, 1994). Direção: Lawrence Kasdan. Com: Kevin Costner, Dennis Quaid, Gene Hackman, Bill Pullman, James Caviezel. “Dança com Lobos” pode até ser um clássico moderno, com suas cenas antológicas e todos os prêmios recebidos à sua época. Mas este faroeste tem muito mais pedigree. É a versão épica da história do lendário xerife do oeste americano que ao lado dos irmãos e do amigo Doc Holliday sempre lutou a favor da lei e da ordem. 


PACTO DE JUSTIÇA (Open Range, 2003) Direção: Kevin Costner. Com: Kevin Costner, Robert Duvall, Annete Benning, Diego Luna. Já deu pra perceber que Kevin Costner adora um bom bang bang, não é? Pois aqui ele caprichou. O tom é sóbrio e o elenco afiado nesta história sobre homens que tentam fugir de seus passados, conduzindo gado e vivendo pacificamente da terra. 


A OUTRA FACE DA RAIVA (The Upside of Anger, 2005) Direção: Mike Binder. Com: Joan Allen, Kevin Costner, Erika Christensen, Evan Rachel Wood. O show aqui é de Joan Allen como Terry, uma mulher tranquila e doce até que o marido desaparece de um dia para o outro sem dar notícias. Sua vida se transforma e ela passa a recorrer à bebida para controlar sua raiva. É quando ela começa a se envolver com seu vizinho, um ex-jogador de beisebol que já viveu dias melhores. No papel do interesse romântico de Terry, Kevin Costner nem precisa se esforçar para agradar. E normalmente, é isso mesmo que os bons atores fazem.