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Legado do lúpulo da família Krug Bier

Em visita à fábrica da cervejaria a experimentação do sabor da cerveja artesanal mineira



Créditos da imagem: Camila de Ávila
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Herwig Gamgl, sócio-proprietário da Krug Bier, há 20 anos no Brasil e 18 anos com a cervejaria
Redação Sou BH
12/01/15 às 19:41

Por Camila de Ávila, jornalista do Sou BH

Há 20 anos, Herwig Gangl, chegou ao Brasil vindo da Áustria trazendo consigo a tradição da bebida feita de cevada, malte e lúpulo, a cerveja. Gangl criou a Krug Bier em 1997, primeira microcervejaria de Minas Gerais, responsável pelos rótulos Áustria Export, Larger, Hefe Weizen, Golden Ale, Dunkel, Imperium e Tianastácia. O Sou BH levou, na manhã de sábado (10), alguns usuários para uma visita à fábrica da Krug e uma manhã de degustação.

O passeio começa com o filho de Herwig Gangl, Matias Gangl, mostrando o início do processo da produção da cerveja. “A fábrica é aqui em Nova Lima porque a água daqui é mais pura e, por isso, boa para produção da cerveja”, disse durante o passeio pelo local. Outra observação importante é que o barril em que a bebida é coloca em um dos momentos do processo de fermentação da cerveja deve ser de inox por dentro e de cobre pelo lado de fora. Segundo Matias, na produção do whisky, o barril deve ser de cobre por dentro e por fora. “Para a cerveja, o cobre na parte de dentro e prejudicial”.

A fotógrafa Amanda Almeida é fã de cerveja artesanal. “A cerveja tradicional perdeu a graça porque tem um gosto mais aguado, a artesanal é mais encorpada, você fica atento para tentar sentir o gosto dos ingredientes usados na bebida”, explica.  Sua irmã, a bancaria Cassilene Almeida, endossa a explicação de Amanda. “A cerveja artesanal não é para ser tomada e sim saboreada”, analisa.

O comprador Douglas Fabris é um apaixonado por cerveja. “Depois que se faz uma visita numa fábrica como essa o sabor da bebida muda, parece que você reconhece os gostos dos ingredientes da cerveja”, afirma. Quanto ao valor da bebida artesanal, geralmente mais cara que a cerveja tradicional industrializada, Douglas diz que “mesmo sendo um pouco mais cara é muito melhor. É uma cerveja muito mais concentrada e você toma para apreciar e não para chapar”, analisa.

A Krug Bier, segundo Herwig Gangl, tem a preocupação de incrementar a bebida com sabores diferentes. Foi lançada em dezembro de 2014 a Summer, para o verão de 2015, que tem em sua receita lúpulo australiano e um sabor cítrico, mais refrescante. Também produziram a bebida diferenciada para a empresa de mineração Mannesmann, outra para a cervejaria Imperador Rei da Cerveja, e para a Oktoberfest, além da bebida produzida com o nome da banda mineira Tianastácia. “Sentamos com cliente e descobrimos que tipo de cerveja será melhor. A da Mannesmann, por exemplo, pensamos em incorporar o sabor da bebida de Dusseldorf, na Alemanha, onde alguns diretores da empresa passaram uma temporada”, explica Herwig.

Para o fundador da Krug Bier o brasileiro sabe beber cerveja. “O brasileiro tem muita curiosidade para a comida e a bebida. Muito mais que o europeu que mantém um consumo fiel a um rótulo. Aqui vocês experimentam e a cerveja é apreciada e não tratada como alimento, como é na Europa”, explica. A curiosidade e abertura dos brasileiros fazem com que a demanda de experimentação de ingredientes na bebida seja grande. “A cerveja artesanal é muito apreciada pelo público, em especial pelo público jovem e a tendência e aumentar”, conta. O empresário afirma que em breve a Krug apresentará uma cerveja com ingredientes inusitados. “Ainda não posso contar qual é”, diz fazendo mistério.

Minas e BH como polo da cerveja artesanal

Na visita à Krug Bier estava o casal Lucas Rodrigues, empresário mineiro, e Caroline Picoli, mestranda em educação física, paranaense.  “Ela está de férias aqui e pensei em fazer um passeio diferente. Resolvi trazê-la para conhecer uma cervejaria artesanal”, conta Lucas empolgado.  Caroline gostou tanto do passeio que não saia dos apps de comunicação do celular contando para os amigos. “Achei interessante conhecer o processo e vou levar para os meus amigos em Maringá”, afirmou.  A mestranda ressaltou a variedade de cervejas que há em BH. “Lá não se consegue tomar uma cerveja diferente, passeando pelos bares daqui vi grande variedade de rótulos de cerveja”, diz. Lucas afirma que percebe, por meio de muitas viagens que faz, em especial a São Paulo, devido a sua profissão, que aqui é o polo da cerveja. “Lá em São Paulo se acha de tudo, menos uma grande variedade de cerveja. Você quer comer comida norueguesa de madrugada, lá em São Paulo é possível. Mas a bebida, são no máximo dois rótulos”, analisa.