Automedicar: NÃO!

Por Isabela Picinin, do grupo de mães Padecendo no Paraíso

Então chegou o inverno e o tempo frio e seco é altamente favorável para circulação dos vírus respiratórios. Várias crianças com imunidade ainda em formação, interagindo em escolas e creches de forma muito próxima e em ambientes fechados, formam a condição ideal para propagação desses vírus! 

A tentação para usar medicações que aliviem rapidamente o desconforto dos filhos é grande! E parte da indústria farmacêutica aproveita desta demanda para oferecer falsas soluções: expectorantes, mucolíticos, xaropes para combater a tosse, "xaropes para gripe" com combinações de antialérgico, descongestionantes e analgésicos! Em poucas palavras, pode-se dizer que esses recursos são desnecessários, perigosos e onerosos. 

Desnecessários por não terem efetividade clínica comprovada. Perigosos, pois podem causar efeitos colaterais importantes. Alguns deles podem causar intoxicação, irritabilidade, insônia, taquicardia, alterações no estado mental, depressão respiratória. Onerosos por tratar-se definitivamente de desperdício de recursos que poderiam ser usados para outros fins. 

Entre estes outros fins, aí vão algumas dicas: passeios ao ar livre; alimentação rica e variada; calendário vacinal atualizado de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria; consultas regulares a um pediatra de confiança, especialmente quando a "mão coçar" para automedicar a criança!

Isabela Picinin é mãe da Marina e da Gabriela, é Pneumologista Pediátrica, preceptora da residência de pneumologia pediátrica do HC-UFMG e do Hospital Infantil João Paulo II e professora de Pediatria da Unifenas-BH.