Governo confirma primeiro caso de sarampo importado em Minas após seis anos
A vacina contra a doença está disponível em todos os 152 centros de saúde da capital
O primeiro caso de sarampo importado dos últimos seis anos em Minas Gerais foi
confirmado na última segunda-feira (25). O quadro é classificado como importado,
já que o paciente, um italiano residente em Betim, na Região Metropolitana de
BH, apresentou os sintomas pouco depois de uma viagem internacional.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o
paciente fez viagens à Croácia e à Itália nos meses de dezembro de 2018 e
janeiro deste ano. Após apresentar sintomas, o homem foi hospitalizado e os resultados laboratoriais feitos pela
Fundação Ezequiel Dias (Funed) e pela
Fiocruz/RJ deram resultado positivo para o vírus do sarampo.
“O genótipo identificado na amostra do italiano foi o D8,
que tem 100% de identidade genética com os vírus circulantes na Turquia, na Rússia, na Finlândia e na China”,
afirma, em nota, a secretaria.
Os últimos casos
Em Minas, os últimos casos autóctones – aqueles com transmissão
dentro do próprio município – ocorreram em 1999 (nove casos). Já em 2011, o
estado detectou um caso da doença importado da França e, em 2013, foram dois
casos importados dos Estados Unidos.
Em 2016, o Brasil recebeu da OPAS (Organização Pan-Americana
de Saúde) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo e
atualmente empreende esforços para manter o certificado.
Vacinação
A vacina está disponível em todos os 152 centros de saúde da
capital, de segunda a sexta, das 9h às 17h. Para a proteção contra o sarampo são
necessárias duas doses para quem tem até 29 anos de idade. Para maiores de 29 é necessária apenas uma dose. Quem for viajar para regiões com
transmissão do vírus deve estar com as vacinas atualizadas antes da viagem.
Para o carnaval, a Secretaria Municipal de Saúde fará uma campanha
especial com materiais educativos para as redes sociais, que foram encaminhados
às entidades que representam os motoristas profissionais, rede hoteleira, bares
e restaurantes para que eles possam multiplicar essas informações entre seus
colaboradores.
Quem ainda não foi vacinado deve procurar, o mais rápido
possível, um centro de saúde para receber a dose da Tríplice Viral, que protege
contra sarampo, rubéola e caxumba.
A doença
O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa
e comum na infância, mas que também ocorre entre adultos. A doença começa
inicialmente com febre, manchas avermelhadas que se distribuem de forma
homogênea pelo corpo, sintomas respiratórios e oculares.
No quadro clínico clássico as manifestações incluem tosse,
coriza, conjuntivite, fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos
pontos esbranquiçados na mucosa oral). A evolução da doença pode originar
complicações infecciosas como amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais
comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar ao
óbito.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de
secreções presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na
presença de pessoas não-imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença
pode manter-se em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.