Notícias falsas atrapalham vacinação contra o HPV
Órgãos de saúde se mobilizam para conscientizar a população sobre a importância e eficiência do mecanismo de prevenção
A divulgação de fake news
(notícias falsas) sobre a eficiência da vacina contra o HPV tem atrapalhado o
combate à doença no Brasil. Mas órgãos de saúde mundiais alertam que a
imunização é segura e uma maneira efetiva de se proteger contra o vírus, que é o
segundo agente causador de câncer na população, perdendo apenas para o cigarro.
A vacina contra quatro subtipos de HPV está disponível em
todos os centros de saúde de Belo Horizonte. Indicada para meninas de 9 a 14
anos e meninos de 11 a 14 anos, tem 98% de eficácia para quem toma corretamente
as duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
Na capital, 59,4% das meninas estão imunizadas. Entre os
meninos, a cobertura vacinal é de 42,3% para a primeira dose e 27,9% para a
segunda. A meta da Secretaria Municipal de Saúde é ampliar a faixa etária para
garotos de 9 a 14 anos até 2020.
Mas a vacinação ainda é um tabu. Segundo o professor de
ginecologia da UFMG, Agnaldo Lopes, muitas mães deixam de levar seus filhos
para vacinar, com receio de que o ato seja um estímulo ao início da vida
sexual. “A vacina é extremamente segura e recomenda inclusive pela Organização
Mundial da Saúde (OMS)”, informa.
Estima-se que 5% dos cânceres em humanos sejam causados pelo
HPV, transmitido por contato sexual ou com a pele, e associado ao câncer de colo
do útero, órgãos genitais femininos, masculinos e boca.
Saúde na Escola
O problema das fake
news não é exclusivo do Brasil. Preocupado com a situação, o Centro
Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC) já
divulgou um comunicado alertando para o problema.
O Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido pelos
ministérios da Saúde (MS) e da Educação (MEC), é uma das iniciativas do governo
para incentivar a vacinação dos estudantes. A meta do MS é vacinar, com as duas
doses, 80% dos adolescentes brasileiros. BH aderiu ao programa e tem inscritas
505 instituições de ensino, entre escolas, Unidades Municipais de Educação Infantil
(Umeis) e creches.
“Lembrando que a vacina não substitui os exames preventivos de papanicolau em mulheres, e o uso de preservativo por todos”, conclui o médico Agnaldo Lopes.
*Com Agência Brasil