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Vaidade no tratamento contra o câncer

Se olhar com amor é um dos pontos chave para superar a doença, segundo blogueira



Créditos da imagem: Reprodução Facebook
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Para Mara, manter a alegria, o bom humor e a autoestima é fundamental no tratamento contra o câncer
Redação Sou BH
22/01/15 às 20:52
Atualizado em 01/02/19 às 20:01

Por Débora Gomes, jornalista Sou BH

“Hoje, ao me olhar no espelho, não vi a doença, não vi as ausências. Vi o colorido do batom vermelho, a exuberância dos meus brincos e a delicadeza de minha careca”. É assim que Mara Alves mantém a alegria, o bom humor e a autoestima, desde que se descobriu com câncer, há mais ou menos seis meses. Entre tratamentos de quimioterapia e medicações, Mara não se abate e acredita que o amor próprio move montanhas.

E move mesmo. Atualmente, diversos projetos orientam mulheres com câncer a cuidar de si e da própria aparência, enfatizando a importância de “se sentir bonita”, para elevar a autoestima e ajudar a seguir os tratamentos. “Acho que contemplar a própria imagem faz parte do cotidiano de quase todos nós. Percebi, porém, que o lance não está na imagem em si, mas em como nos sentimos em relação ao que está refletido. Eis que surge, então, a perguntinha que não quer calar: ‘Estou bonita?’”, questiona Mara.

Em seu blog (sobre) viver, a mineira levanta essa e outras interrogações, afim de dividir suas experiências com outras mulheres que também enfrentam a doença. “Essa questão é difícil, especialmente quando o reflexo revela o brilho lustroso de minha careca, situação nada típica para uma mulher”, confessa.

Para Mara, o processo de auto aceitação é difícil, mas não impossível. “O jeito é acionar uma espécie de ‘super olho biônico’ para ver além das imperfeições, além dos padrões estéticos, além da fria imagem de minha careca”, aconselha. Segundo ela, é esse novo jeito de se ver é que revela que o belo é amplo e que nele cabem todos os tipos e todas as aparências. “cabe a cabeleira e a carequice também. Cabe a modelo da revista e cabe a mim, com todos os meus ‘não atributos’”, completa.

Certa de que a aceitação tem um papel importante no tratamento, ela sabe que, se em meio ao belo há espaço para muita coisa, certamente seu lugar também existe. “E se alguém perguntar como estou, basta responder com um lindo e largo sorriso: ‘Tô beleza... beleza pura!’”, conclui.