Cultura

BH 128 anos: veja antes e depois de 5 lugares icônicos da capital

Avenida Afonso Pena, Praça da Liberdade, Mercado Central e outros locais se transformaram e ajudaram a moldar a identidade de Belo Horizonte


Créditos da imagem: Aristides Henriques de Oliveira/Wikimedia Commons
Minas Tênis Clube em 1938; local é um dos pontos mais famosos da região Centro-Sul Minas Tênis Clube em 1938; local é um dos pontos mais famosos da região Centro-Sul

Mariana Cardoso Carvalho

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12/12/25 às 07:00
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A capital mineira completa 128 anos nesta sexta-feira (12), e poucas cidades brasileiras revelam tão claramente sua transformação ao longo do tempo. Entre avenidas que cresceram com a vida urbana, praças que se tornaram símbolos do estilo de vida belo-horizontino e cartões-postais que atravessaram gerações, alguns pontos ajudam a contar essa história de mudança. A seguir, veja o antes e depois de cinco lugares marcantes de BH e como eles se modificaram junto com essa que já foi conhecida como Cidade Jardim.


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Avenida Afonso Pena

Da Praça Rio Branco à Praça da Bandeira, a Avenida Afonso Pena acompanha a história de Belo Horizonte, unindo diferentes bairros e abrigando comércio, serviços e alguns dos principais símbolos da capital. Mesmo com as mudanças ao longo das décadas, como a retirada do bulevar de fícus, a avenida preserva seu papel como espaço de encontro, circulação e manifestações culturais e políticas. Ícones como o Parque Municipal, o Cine Brasil, o Edifício Acaiaca, a Feira Hippie, a sede da Prefeitura e diversas praças marcam um trajeto que sempre recebeu visitantes moradores de toda a cidade.

Antes

Depois



Praça Sete

No encontro das avenidas Afonso Pena e Amazonas, a Praça Sete de Setembro é um dos símbolos mais conhecidos de BH. Embora marcada pelo famoso “Pirulito”, sua história inclui mudanças de nome e diversas relocações do monumento. Antes chamada Praça 14 de Outubro, ela ganhou o nome atual em 1922, e o obelisco só chegou dali a dois anos, vindo de Betim.

Com o aumento do trânsito nos anos 1960, o Pirulito foi retirado do Centro. Primeiro, para um lote ao lado do Museu Abílio Barreto; depois, para a Praça da Savassi. Enquanto isso, a Praça Sete recebia outro monumento, que acabou não sendo adotado pela população. Em 1980, o obelisco voltou ao endereço original, onde permanece como ponto de encontro e referência histórica.

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Depois



Praça da Liberdade

Hoje um dos cartões-postais mais visitados de Belo Horizonte, sobretudo no período natalino, a Praça da Liberdade nem sempre teve o movimento intenso que marca seu entorno. Criada entre 1895 e 1897 para abrigar o centro administrativo do Estado, ao longo das décadas ela recebeu edifícios de diferentes estilos. Nos anos 1950, por exemplo, vieram o Niemeyer e a Biblioteca Pública; nos anos 1980, a Rainha da Sucata.

Tombado em 1977 pelo Iepha-MG, o espaço também foi palco de marcos urbanos, como o primeiro semáforo da capital, instalado em 1929. Mesmo após a transferência das secretarias para a Cidade Administrativa, em 2010, a praça ganhou nova vocação com o Circuito Cultural, que reúne museus e centros de arte e conhecimento.

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Depois

Mercado Central

Inaugurado em 7 de setembro de 1929 no antigo campo do América Futebol Clube, o Mercado Municipal começou como um grande centro de comércio hortifrutigranjeiro. Ali, cerca de 100 comerciantes se reuniam em barracas de madeira instaladas em um terreno sem cobertura nem infraestrutura básica. Mesmo enfrentando lama no período de chuvas e poeira na seca, funcionou assim até 1964, quando a prefeitura tentou leiloar o espaço; para evitar o fechamento, os comerciantes criaram uma cooperativa e compraram o imóvel, assumindo a obrigação de erguer um galpão coberto, concluído anos depois.

Rebatizado como Mercado Central em 1973, o espaço ampliou atividades, incorporou artesanato e produtos típicos e se consolidou como um dos principais pontos turísticos de BH. Hoje, com 24 mil m², cerca de 400 lojas e quase 3 mil funcionários, recebe mais de 1,2 milhão de visitantes por mês e segue como um dos grandes pontos de encontro da cidade.

Antes

Depois



Lagoa da Pampulha

A barragem da Pampulha começou a ser construída em 1936, para abastecimento de água; de 1940 a 1942, teve sua lagoa triplicada, abrindo espaço para o projeto de Juscelino Kubitschek de transformar o entorno em um complexo de lazer e turismo. Sob sua gestão, Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx criaram, entre 1942 e 1943, os edifícios e jardins do atual Museu de Arte da Pampulha, da Casa do Baile, da Igrejinha e do Iate Tênis Clube, conjunto reconhecido em 2016 pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Ao longo de mais de 80 anos, a lagoa deixou de ser usada para esportes náuticos — hoje é a despoluição o seu principal desafio.

Antes

Depois